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Famílias Acolhedoras ressignificam o futuro de crianças e adolescentes

Serviço necessita da adesão de pessoas que tenham tempo, carinho e amor para compartilhar

Por Jucimara Lima

09 de outubro de 2023, às 09h12

Visando garantir a segurança e os direitos das crianças, o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora foi implantado em Americana em 2019. Conforme a psicóloga e coordenadora do serviço executado pela Apam (Associação de Promoção e Assistência de Americana), Rosa Helena Sachi Gimenes, de 56 anos, ao longo de sua história, 13 crianças passaram pelo serviço.

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Basicamente, o serviço é uma política pública que garante o direito à convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes, afastados de suas famílias por determinação judicial, seja por questões de negligência ou algum tipo de violência.

“Este serviço visa capacitar e selecionar famílias que acolham, temporariamente crianças e adolescentes em um ambiente seguro, afetivo e saudável,” explica Rosa.

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Família Silva já está no terceiro acolhimento e tem ajuda psicológica da equipe do serviço da Apam – Foto: Marcelo Rocha_Liberal.JPG

Uma família acolhedora. A família Silva decidiu contribuir com a causa que, em suma, dá amor sem esperar nada em troca, inclusive, iniciando a convivência já sabendo que um dia precisará se despedir. Resilientes, neste sentido, no momento, a família acolhe uma terceira criança, um bebê de poucos meses de vida. Para o advogado Douglas, de 50 anos, e sua esposa Joelma, de 43, além de suas duas filhas, de 15 e 22, a experiência tem sido transformadora.

“A família inteira é impactada. Todo mundo que acolhe diz, e apesar de parecer clichê, é a mais pura verdade. A gente acha que vai fazer algo por eles, mas eles acabam fazendo muito mais por nós”, afirma Joelma.

A família conta que conheceram o serviço por meio de uma amiga. Por sempre estarem envolvidos com causas sociais, se interessaram. Assim, acolheram durante 10 meses dois irmãos – um menino de 2 anos e uma menina de 3 meses.

“Foi espetacular ter novamente duas crianças em casa e foi bem na época da pandemia, tudo fechado. É como se fosse uma abertura para o mundo, então, eles vieram em uma época que a gente precisava muito e foi uma troca muito boa”, conta Joelma.

Sobre a saudade e os vínculos criados com as crianças, eles afirmam que apesar da distância, nunca acabará. “Eles podem até esquecer da gente, mas nunca vamos nos esquecer deles”, pontua Douglas, que afirma não se preocupar que um dia a criança vá embora. “O importante é que nesse momento que eles precisam, nós estamos acolhendo. As pessoas falam muito de missão, ficam esperando essa missão chegar. Eu acho que a missão está aí. Basta querer abraçar. Não existe um toque especial, o que precisa existir é vontade de dar o passo”.

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História. Desde que passou a funcionar no município, o serviço já capacitou 16 famílias, habilitou 11 e no momento conta com seis aptas, além de manter três crianças acolhidas, sendo uma delas o bebê que está com a família Silva.

“Durante todo o acolhimento, que dura no máximo 18 meses, estamos sempre apoiando a família. Assim, eles acolhem a criança, enquanto a vida dela é definida e nós os acolhemos em tudo que eles precisam”, explica Rosa.

Nesse período, o cuidado é integral e a família se responsabiliza pelos cuidados essenciais como a escola, saúde e bem-estar.

“Depois, a criança segue o destino dela, que tanto pode ser voltar para a sua família de origem, ser encaminhada para uma família extensa (avós, tios e tias) ou mesmo seguir para um processo de adoção”, diz a coordenadora.

Rosa explica que durante o acolhimento existe uma avaliação e acompanhamento da família de origem e, havendo a possibilidade, há uma tentativa de reorganização no núcleo familiar.

“Nós verificamos se a família tem um potencial protetivo ou se é uma família que já rompeu os vínculos. Nosso trabalho sempre prioriza a criança, mas nem sempre a gente consegue ajustar o potencial da família de origem. Isso é muito triste, mas a gente precisa garantir que essas crianças estejam seguras”, diz ela.

Necessidades. Segundo a coordenadora, as inscrições para participar do serviço são permanentes, contudo, é preciso passar por uma capacitação específica, que pode durar de 6 a 10 encontros, se enquadrar em alguns critérios e, principalmente, não ter a intenção de adotar a criança. “É preciso deixar claro, que quem acolhe não adota. Esse é outro programa que não conversa com nosso serviço e não seria justo com quem se habilitou para a adoção”, ressalta.

Para se candidatar é preciso morar em Americana há mais de dois anos e não ter intenção de se mudar nos próximos dois; ter entre 21 e 65 anos, considerando uma diferença mínima de 16 anos do acolhido; e não possuir antecedentes criminais, comprometimentos psiquiátricos, dependências alcoólicas ou de substâncias psicoativas.

Para mais informações sobre o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora ligue: (19) 99927-9585 ou confira as redes sociais pelo Instagram @apam_familia_acolhedora. 

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