18 de outubro de 2024 Atualizado 19:18

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Notícias que inspiram

Esporte salva!

Corredor americanense acostumado com vitórias e desafios teve a vida resgatada pelo esporte e hoje treina focado na Corrida Integração

Por Jucimara Lima

07 de novembro de 2021, às 10h51 • Última atualização em 08 de novembro de 2021, às 09h11

Renato planeja continuar correndo até ficar “bem velhinho” - Foto: Claudeci Junior - O Liberal.JPG

A coleção de medalhas do corredor americanense Renato Afonso Vianna, de 45 anos, é longa e simboliza a participação em inúmeras corridas nacionais e até internacional. Dono de um talento nato, Renato começou a correr aos 14 anos e já em sua primeira participação no esporte faturou o primeiro lugar, mesmo correndo com os pés descalços por não ter tênis. Na época, o esporte foi uma luz na vida dele. O corredor explica que a origem de sua família é bem humilde, portanto, se destacar no esporte foi algo muito especial. “Peguei gosto. O esporte acabou se tornando tudo para mim”, comenta.

Protagonista de uma história marcada por superações e recomeços, na juventude, Renato treinava na região do Jardim Terramérica, na época em que os canaviais tomavam conta do lugar e o chão era de terra. Ainda hoje, é nesse mesmo local que ele se prepara para as corridas, só que agora nas ruas asfaltadas do bairro.

Apesar da longa lista de competições e do destaque que conquistou como esportista, houve um momento que Renato quase desistiu do esporte. Com falta de apoio, questões financeiras e a perda dos pais, Renato “se entregou” ao álcool, como ele próprio define. “ Eu desanimei. Acabei jogando tudo para o alto e fui me afundando”, recorda.

Com o apoio da esposa e companheira, Nilza Aparecida Villela de Oliveira, de 59 anos, ele afirma que o amor ao esporte e a fé em Deus o resgataram. “Se não fosse o esporte, hoje eu provavelmente estaria na sarjeta. Quando me vi nessa situação, uma hora eu pensei: Meu Deus, não é isso que quero para mim, sou um esportista, sou um corredor conhecido, não posso fazer isso comigo. Então, aos poucos eu fui conseguindo me recuperar”.

Nilza fiscaliza os treinos do companheiro e incentiva a melhora de sua performance – Foto: Claudeci Junior – O Liberal.JPG

A recuperação deu tão certo que, atualmente, além de estar em uma de suas melhores formas físicas, se prepara para participar da próxima edição da tradicional Corrida Integração. Mesmo humilde, ele tem ciência que é uma inspiração. “Tenho amigos que se transformaram em corredores a partir da minha história e graças a Deus o esporte abriu caminho para eles, porque o esporte não tem idade, não tem preconceitos e é para todos”. A própria esposa é um exemplo disso, afinal, apesar de estar parada no momento (está com problemas de saúde), durante muito tempo correu para acompanhar o marido.

“Ficava tão ansiosa esperando ele que decidi começar a correr”, explica ela, que dá total apoio ao sonho do companheiro. “Tenho muito orgulho do Renato e sinto como se cada uma dessas medalhas fossem um pouco minhas também”.

Apoio Fundamental. Personagem de inúmeras reportagens, Renato guarda com carinho os recortes das matérias publicadas no LIBERAL. Além de todas as medalhas conquistadas até então (inclusive, ele tem a primeira), Renato mantém dados de sua trajetória esportiva na cabeça. Atualmente, o corredor se dedica aos treinos e tem como suporte a ajuda da esposa, que faz o papel de treinadora e até de recuperadora física.

Renato guarda com carinho os recortes das matérias publicadas no LIBERAL – Foto: Claudeci Junior – O Liberal.JPG

Como acontece com diversos atletas no Brasil, lamentavelmente, a falta de patrocínio ainda é o maior obstáculo do corredor, que profissionalmente trabalha como porteiro. “Sem patrocínio não consigo ter uma alimentação adequada, não tenho orientação nutricional, não consigo fazer inscrição para as provas, e assim acabo precisando fazer tudo por conta, na raça e contando apenas com a ajuda de Deus”, confessa.

📲 Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Ainda assim, a cada dia que passa o corredor consegue conquistar melhor performance e tem chances de chegar entre os melhores da Integração, feito já atingindo por ele na edição de 2019.

“Tenho como objetivo fazer história, ganhar a Integração e levar o nome de Americana. Esse é meu sonho, e sabe como é, a gente que sonha um dia vencer, não pode desistir”, reflete.

SUGIRA E COLABORE
Se você conhece uma boa história que todo mundo merece saber, conte para a gente. Ela pode virar uma reportagem no LIBERAL.

Publicidade