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Educação

Em Americana, Lar Batista fecha e deixa 108 crianças sem creche

Pais foram comunicados na última sexta-feira (17) e afirmam ter sido surpreendidos com decisão; instituição tinha 19 funcionários

Por Ana Carolina Leal

23 de setembro de 2021, às 07h22 • Última atualização em 23 de setembro de 2021, às 10h40

O Lar Batista de Americana fechou as portas. A instituição atendia 108 crianças em período integral gratuitamente, mas uma pendência na documentação nos anos de 2019 e 2020 fez com que a prefeitura suspendesse o repasse de verba que mantinha a creche. O fim das atividades foi comunicado aos pais na última sexta-feira, dia 17.

O fim das atividades do Lar Batista foi comunicado aos pais na última sexta-feira – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

No começo do ano, a entidade chegou a realizar uma vaquinha online para manter o atendimento, uma vez que o convênio com a prefeitura não havia sido renovado em função de uma decisão do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Segundo apontamento do órgão, o Lar Batista utilizou de forma incorreta recursos repassados pelo município e foi condenado a devolver o dinheiro, calculado em R$ 214 mil. O problema remonta ao período de 2011 a 2015, quando a entidade firmou um convênio com o município para atender crianças e adolescentes vítimas de maus tratos, e alugou duas casas no Parque das Nações.

Ao LIBERAL, o presidente do Lar Batista, Genésio Leal Batista, disse que a instituição teve um problema com um documento emitido nos anos 2019 e 2020 e que deveria ter sido contestado e não foi, sem explicar do que realmente se trata. Afirmou que a prefeitura colaborou na tentativa de reverter a situação, mas a autenticidade desse documento impediu a renovação do contrato.

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A administração municipal disse que foi constatado problema insanável na documentação, mas que caberia somente à instituição falar sobre o assunto. Destacou que não tem qualquer apontamento negativo quanto à qualidade do serviço, e nem tampouco tem responsabilidade sobre o problema. “Houve tentativas de avaliar e solucionar a questão, mas não foi possível chegar a um desfecho positivo”.

O fechamento da instituição pegou os pais das crianças de surpreso. “Fomos avisados na sexta-feira. Disseram que a prefeitura entraria em contato para remanejar as crianças para outras creches, só que isso não aconteceu. A gente liga na Secretaria de Educação e eles dizem que estão verificando e entrarão em contato”, declarou Daniela Santana de Lima Raimundo, 39 anos.

Enquanto a situação não é resolvida, o marido dela, que é motorista de aplicativo, parou de trabalhar para ficar com a filha do casal, já que ela também trabalha. Na casa da Natália Oliveira, 31 anos, a filha de 12 anos tem ajudado a cuidar da irmã enquanto a mãe trabalha. “O dia que minha mais velha tem aula em período integral, levo a caçula para o trabalho comigo”, disse.

O Lar Batista estava aberto há aproximadamente 30 anos. A entidade era mantida quase 90% com o repasse mensal da prefeitura, que era de R$ 430,76 por criança. O restante era complementado com doações. Com o fechamento da entidade, 19 funcionários ficaram sem trabalho.

Prefeitura diz que vai inserir crianças na rede municipal

A Prefeitura de Americana informou que desde o início da semana está contatando e recebendo pais de crianças que eram atendidos pelo Lar Batista. Apesar de não ter causado o encerramento dos trabalhos, a administração municipal destacou que todas as crianças serão assistidas pela Secretaria de Educação.

“Caso haja pais que ainda não foram procurados e queiram discutir a questão, podem procurar a prefeitura para tratar do assunto”, afirmou em nota.

O Lar Batista oferecia atendimento para crianças de berçário 2 ao maternal 2 em período integral. A  parceria com a prefeitura iniciou-se em 2013 e manteve-se até 2016 através de Termo de Convênio.

Após a exigência da Lei 13.019/2014, por meio do Chamamento Público, a prefeitura firmou parceria com a instituição através de um Termo de Convênio, sendo a quantidade máxima prevista para as vagas em creche de até 118 crianças.

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