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Notícias que inspiram

Em Americana, cadela reencontra filhotes após serem abandonados

Cachorrinha foi achada próxima ao Tiro de Guerra; já os filhotes estavam na Av. Brasil

Por Jucimara Lima

01 de janeiro de 2024, às 09h26 • Última atualização em 01 de janeiro de 2024, às 09h27

Ano-Novo é tempo de esperança, e o que aconteceu com uma cachorra e seus sete filhotes (cinco machos e duas fêmeas), em Americana, é certamente uma história daquelas que deixa o coração repleto de fé na humanidade, especialmente quando um verdadeiro batalhão de pessoas dispostas a combater a maldade com a bondade se une em prol de uma causa.

Desde o primeiro momento Menina já demonstrou seu instinto materno ao reconhecer os filhotes – Foto: Claudeci Junior_Liberal.JPG

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Tudo começou no dia 15 de dezembro, quando educadora financeira Mara Adalsa Vieira Cardozo e sua sócia, a advogada e educadora financeira Talma de Lucena Santos, encontraram uma cachorrinha sem raça definida, a popular “vira-lata”, abandonada próximo ao Tiro de Guerra, em Americana. Impactadas com a cena, elas tiveram a atitude de iniciar o resgate.

Para isso, contaram com a contribuição da assessora de imprensa Rose Neves e da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Americana, por meio da presidente Nathália Canhan, que atuaram como uma ponte entre o médico veterinário Alexandre Longhi, da Clinvet, e a tesoureira da ONG Anjos Peludos, Cris Marques.

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Anjos em ação. Sempre disposto a apoiar as boas causas, assim que foi procurado, Alexandre não apenas orientou como proceder na situação como enviou sua equipe para resgatar o animal. “A corrente do bem é um negócio forte e ninguém consegue parar”, justifica o profissional, que dedica boa parte da vida ao projeto Camvoa (Centro de Atendimento Médico Veterinário de Oncologia Animal).

Segundo o médico veterinário, assim que fez o ultrassom de “Menina” – nome dado pelas advogadas que a encontraram – ele percebeu que o útero demonstrava que ela havia dado à luz há poucos dias.

Do outro lado da cidade, a aproximadamente quatro quilômetros de distância de onde Menina estava, a personal trainer Amanda Minozzi passeava com seu cão pela Avenida Brasil quando encontrou os filhotes abandonados, momento em que acionou a ONG Anjos Peludos para fazer o resgate.

Conspiração do destino. Pouco tempo depois, quando Menina ainda estava em atendimento na clínica, o veterinário ficou sabendo da história dos animais e teve a ideia de tentar colocar a cachorra como “mãe de leite” dos filhotinhos.

“Esse leite que fica nas mamas do animal recém-parido é um leite que serve de meio de cultura para infecções nas mamas e se não for consumido pode virar uma mastite. É muito dolorido e pode até ser preciso fazer uma cirurgia”, explicou.

Diante da possibilidade de colocar filhotes que precisavam se alimentar em uma mãe “adotiva” que tinha leite para oferecer, Menina foi levada até a ONG, na Praia dos Namorados.

“Quando chegamos lá, dentro do carro, ela já começou a até ficar ofegante, com uma respiração diferente. Nós acreditamos que ela sentiu o cheiro dos filhotes”, recordou-se a advogada Talma.

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São dela. De acordo com o veterinário, a reação do animal comprova que não se tratava apenas de uma “adoção”.

“Existe uma ligação muito forte entre mãe e filhotes. No mesmo momento, ela já acolheu eles e os trouxe para perto, abriu a perna e os filhotes começaram a chegar, ela já foi limpando eles, porque para a mãe a limpeza é um negócio urgente, pois estimula a respiração, então a felicidade desse reencontro foi um negócio absurdo”, comentou Alexandre. “Quando vi o vídeo, me deu vontade de chorar, porque uma mãe de leite pode até criar como dela, mas com esse amor todo, não tem como”, acrescenta.

Outro fator que comprova que se tratam de mães e filhos – além da aparência, já que os filhotes possuem as mesmas cores da mãe e até as mesmas manchinhas marrons no rosto -, é o fato de que Menina não aceitou ser mãe de leite de outros filhotes. “Tentamos colocar, mas ela não quis”, revelou Cris.

Para Talma, a história foi emocionante e algo providenciado por Deus.

“Ele colocou as pessoas certas, no local certo e nos indicou os nomes certos para que pudéssemos entrar em contato, permitindo que a Menina tivesse o suporte necessário para reencontrar, surpreendentemente, seus filhotes. Desde o nosso acolhimento, com alimentações e banho, até o atendimento do veterinário e a receptividade da ONG, o destino da Menina não poderia ser diferente, fechando, posteriormente, com chave de ouro com o reencontro”, comentou a advogada.

Curiosamente, antes do apoio do veterinário, as sócias contam que até tentaram contato com outros protetores da cidade, contudo não tiveram êxito.

“Por termos paixão por animais e pelo estado de vulnerabilidade que se encontrava a Menina, nós não poderíamos simplesmente ignorá-la. Acreditamos que as nossas condutas no decorrer dessa linda história apenas demostram, até mesmo como uma lição e talvez mais um exemplo, que é possível sim fazer a diferença na vida de alguém ou de algum animal. Basta querer e se movimentar para que de fato aconteça. Não é simplesmente lamentar por aquilo que vemos dia após dia”, refletem.

Novos Projetos. Para Cris, além de promover esse reencontro familiar, um dos fatores mais relevantes nesse reencontro é os filhotes poderem mamar na própria mãe, o que promove a saúde deles e reduz bastante o trabalho.

“Quando são resgatados sem mãe, precisamos alimentá-los de duas em duas horas, com um leite específico, que não é barato. Além disso, é preciso fazer o que a mãe faria, então, limpamos com algodão, mas ainda assim não é a mesma coisa.”

Pela experiência, Cris e Alexandre concordam que nas condições que foram resgatados, os filhotes teriam sobrevivido no máximo três ou quatro dias. “Agora eles ficarão juntos no mínimo uns 35, 40 dias, depois seguirão para adoção, inclusive a Menina”, afirma Cris.

Novas Ações. Com quase 12 anos de atuação, a ONG Anjos Peludos atende mais de 200 animais, entre cães e gatos. Já a Camvoa promoveu, em 2023, cerca de 120 atendimentos e 65 cirurgias oncológicas, com apenas três perdas, comprovando a importância do diagnóstico precoce, tratamento rápido e adequado para salvar vidas. “Falo muito no método quatro ‘cês’: colo, carinho, cafuné e conduta. Coloque seu pet no colo, tenha carinho por ele, faça cafuné e, se achar algo estranho, tenha a conduta de levá-lo o mais rápido possível no veterinário”, disse Cris.

Agora, com a proximidade criada com o resgate de Menina e seus filhotes, a ONG Anjos Peludos e a Camvoa confirmaram que em 2024 terão ações conjuntas no que se refere a animais abandonados com câncer. 

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