18 de outubro de 2024 Atualizado 06:23

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Notícias que inspiram

De teacher para teacher: plantando sementinhas e regando flores

Professora se transforma em produtora de conteúdo digital e ajuda colegas de profissão

Por Jucimara Lima

02 de outubro de 2023, às 09h18 • Última atualização em 02 de outubro de 2023, às 11h28

A professora Juliana, apaixonada pela profissão e disposta a ajudar colegas - Foto: Claudeci Junior/Liberal

Ser professora não era o sonho de infância da docente Juliana Drem Gonçalves, de 38 anos, afinal, a única coisa que ela sabia naquela época, era que gostaria de fazer um curso superior que tivesse relação com a língua inglesa. Formada no curso de Letras/Inglês na FAM (Faculdade de Americana), ela conta que apesar das dificuldades da profissão, acertou na escolha. “Essa é a minha paixão”, afirma.

Produtora de conteúdo digital com quase 35 mil seguidores de todo mundo, ela encontrou na internet uma oportunidade de expandir seus horizontes e há alguns anos faz sucesso com o Instagram @miss.teacher.drem. No perfil, compartilha dicas com outros professores, dá sugestões e mostra um pouco do seu dia a dia profissional.

Com pouco mais de oito anos e iniciado de forma despretensiosa, o perfil se transformou em uma espécie de guia para professoras, especialmente do público infantil. “Comecei a fotografar coisinhas que fazia em sala de aula e postar. O objetivo era ter um portfólio, mas aos pouquinhos o negócio foi crescendo”.

Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Repercussão

Juliana conta que recebe muitos relatos de outros professores agradecendo seu trabalho. “Já chorei muito ouvindo professores e suas histórias, porque acabo me entendendo no relato deles, muitas vezes também fico frustrada com a falta de recursos, porém, sei que não basta deter o conhecimento, também é preciso ter um pouco de criatividade. Por isso adoro trabalhar com as crianças, afinal, qualquer assunto com eles pode virar uma aula divertida”.

Os livros e o filho

Além dessa proximidade com seus seguidores, a repercussão nas redes sociais lhe rendeu o convite para escrever como coautora em quatro livros (“Práticas de Inglês na Infância”, “Alfabetização Bilíngue”, “Práticas da Educação Bilíngue” e “Inglês de Pais para Filhos”), todos publicados pela editora Boc.

“Uma seguidora soube do projeto e me indicou. Fiquei muito lisonjeada, porque os conteúdos ficaram superinteressantes e foram produzidos por 20 professores selecionados em todo Brasil. Nesse último, tive a oportunidade de escrever o prefácio e fazer uma homenagem ao meu pai, uma pessoa que sempre me incentivou muito a estudar”, emociona-se.

Mesmo surpresa e satisfeita com essas participações, Juliana só viu o sonho de impactar mais pessoas quando recebeu o convite da editora portuguesa Ases para escrever um livro solo. “Eu tinha o projeto que comecei a rascunhar no bloco de notas do celular quando meu filho Anthony nasceu. O conteúdo é sobre os desafios da introdução alimentar para as crianças, inclusive”, conta.

“Cheguei a entrar em contato com algumas editoras, mas elas queriam que eu pagasse pela edição e eu não tinha condições. O tempo foi passando, deu tudo certo e finalmente nasceu o ‘Let’s eat Thony’, uma homenagem ao meu filho”, completa. Segundo a mãe, a ilustração foi inspirada em fotos do garotinho que, aos quatro anos, ama dizer para todo mundo: “olha o meu livro”, diverte-se a mãe.

Segundo a escritora, além de preparar um livro para crianças de cinco, seis anos, que estão no período de alfabetização na língua inglesa, ela fez questão de facilitar o trabalho dos professores.

“Quis fazer uma história que trouxesse sonoridade, que brincasse com cores, alimentos e lugares e que também ajudasse com rimas, pela questão da sonoridade que é tão importante nessa idade. Costumo brincar que fiz um livro de teacher para teacher”, diz ela.

Atualmente, enquanto Juliana já rascunha a ideia de um próximo livro, “Let’s eat Thony” é vendido pela Amazon em 12 países além do Brasil: Espanha, Inglaterra, Estados Unidos, Portugal, Japão, Canadá, Suécia, Itália, França, Alemanha, Polônia e Austrália.

Faça parte do Club Class, um clube de vantagens exclusivo para os assinantes. Confira nossos parceiros!

De volta as origens

Descendente de americanos que vieram para Americana na época da construção da ferrovia, Juliana lembra que cresceu envolvida nesse universo de respeito à cultura norte-americana, ensinamento passado pelo pai, como uma forma de valorização dos antepassados.

De família humilde, ela sempre estudou em escola pública e aos 14 anos já trabalhava para pagar cursos. Há quase 17 anos em sala de aula e passagens por praticamente todas as escolas particulares de Americana, atualmente ela leciona na Escola Estadual Mário Patarra Frattini e conhece as dificuldades do ensino e aprendizado de outra língua.

“Sempre ensinei o aluno, mas poder colaborar com as pessoas que passam pelas mesmas experiências que eu, os professores, é uma grande motivação. Muitos querem fazer um bom trabalho, mas não encontram recursos. O que passo para eles é que podemos usar aquilo que temos para ensinar o inglês. Toda escola tem uma Amarelinha, então, coloquem as crianças para brincar em inglês. São coisas simples que às vezes o professor está tão atarefado que falta essa luz. Estou aqui para ajudá-los a encontrar”, diz Juliana.

SUGIRA E COLABORE
Se você conhece uma boa história que todo mundo merece saber, conte para a gente. Ela pode virar uma reportagem no LIBERAL.

  • WhatsApp: (19) 99271-2364 (clique aqui e envie a mensagem)
  • E-mail: noticiasqueinspiram@liberal.com.br
  • Telefone: (19) 3471-0301

Publicidade