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Conheça a história da Fruteira do Vô Adão

Aposentado plantou mudas de frutas e produziu brinquedos com materiais reaproveitados no canteiro da Avenida Europa

Por Jucimara Lima

13 de fevereiro de 2022, às 17h18

Assim que se aposentou como líder de setor, seu Adão Dias de Oliveira, de 63 anos, morador do São Domingos, em Americana já buscou algo para fazer. Casado, pai de dois filhos e avô de três netos, ele brinca que não queria ficar parado.

Há cerca de três anos, por sugestão da esposa Armezina Aparecida de Lima, de 61 anos, ele plantou seu primeiro pé de manga em pleno canteiro central da Avenida Europa. “Ela chupou uma manga manteiga e daí deu a ideia de plantar o caroço”, recorda.

A alegria do vô Adão e seus três netos – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

A partir dali, as pessoas do bairro, observando o trabalho dele, começaram a oferecer outras mudas, e assim, seu Adão se animou e hoje calcula que haja mais de 56 espécies diferentes plantadas em pouco mais de 1,2 mil metros do canteiro, localizado na altura do número 1.991 da Avenida Europa.

Diante da diversidade de frutas plantadas no espaço (pinha, jabuticaba, tangerina, vários tipos de mangas, amora, entre outras), os netos passaram a chamar o espaço de Fruteira do Vô Adão. Passeio obrigatória para as crianças, que pelo menos duas vezes por semana visitam os avós, o lugar ganhou a “cereja” que faltava quando o aposentado decidiu colocar brinquedos no lugar.

Assim sendo, seu Adão comprou paletes e com a ajuda da netinha Mariana Oliveira Dias, de sete anos, construiu uma casinha. Depois dessa construção, vieram os cavalinhos de madeira, o gira-gira, a mesinha, o escorregador e muitos outros atrativos, como o balanço que ele conseguiu fazer com a ajuda de um vizinho que soldou o brinquedo.

Talentoso, apesar de prendado, seu Adão é modesto e afirma não ter conhecimento em marcenaria, nem nada parecido. “Depois que me aposentei passei a fazer as coisas, tem uns bancos lá em casa, que eu fiz, e quando meu neto Arthur era menor também fiz um carrinho de madeira de verdade, que ele até entrava, mas não sou profissional”, justifica.

História das Pelúcias

Outro destaque da Fruteira do Vô Adão são os brinquedos como bonecas e pelúcias que ficam o tempo todo disponíveis para quem quiser brincar. O mais interessante é que ninguém leva embora, na verdade, muito pelo contrário. Seu Adão conta que muita gente doa.

“Me lembro que quando começamos, era meia dúzia de brinquedinhos dos meus netos, e hoje tem todos esses”, comemora ele, feliz.

Para Arthur Daniel de Oliveira, neto de seu Adão, de apenas 10 anos, a iniciativa do avô merece ser divulgada. “Achei muito legal o que ele fez, tem muitos brinquedos para as crianças brincarem. A gente pode compartilhar uns com os outros, assim fazemos amigos”, explica o menino.

Como o irmão, Manuela, de 7 anos, também aprovou os brinquedos produzidos pelo avô, mas confessa que gosta mesmo é das plantas. “Eu adoro comer as frutas da Fruteira do Vô Adão”, conta a menina. Já a prima Mariana Oliveira Dias, também de 7 anos, ama os dois benefícios. “Gostei bastante da fruteira e adoro brincar aqui”, relata.

Vizinho de seu Adão, Fernando Rocha, de 75 anos, também é só elogios. “Não que os outros vizinhos sejam ruins, mas esse é o melhor de todos. Esforçado, dedicado, prestativo. O que você pensar de bom, esse rapaz tem. Ele é daqueles que fazem a diferença. Não precisa nem pedir e ele já se oferece para ajudar.”

Desejos

Apesar do sucesso que a fruteira faz, seu Adão ainda sonha com melhorias e está sempre arrecadando materiais para reaproveitar transformando em alguma coisa para o espaço, que ele tem a consciência que ficará como legado para as futuras gerações.

“A partir do ano que vem, esses pés de frutas estarão dando frutas o ano inteiro. Então, aqui vai ficar para o povo, é público, portanto, quem quiser é só chegar.”

Um de seus desejos é a implantação de uma academia ao ar livre, para que as pessoas possam aproveitar o local também para se exercitar. “Pode até ser velho, eu busco, restauro, dou um jeito. Tanta gente vem aqui, isso com certeza ajudaria”.

Além disso, seu Adão pede doações de mais brinquedos e a possibilidade de implantarem uma iluminação no local.

Falando em público, basta dar uma passada por lá aos finais de tarde para se impressionar com o volume de frequentadores. “É um negócio tão gratificante para mim, olhar tudo isso aqui, eu fico muito contente quando eu vejo aquele monte de criança.”

Animado com o resultado de sua ideia, o aposentado finaliza mandando um recado para as pessoas que acham que não tem mais nada para fazer na vida. “Não fique aí parado, caça alguma coisa para fazer e verá como é bom e gratificante.”

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