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Americana

Cidade Jardim tem 22% de atendimentos do Conselho Tutelar

Envolvimento com o tráfico e tamanho da região explicam o número, segundo conselheiro de Americana

Por Leonardo Oliveira

29 de janeiro de 2020, às 08h09 • Última atualização em 29 de janeiro de 2020, às 08h46

Os bairros que integram a região do Cidade Jardim, em Americana, foram os que mais receberam visitas do Conselho Tutelar em 2019. Ao todo, foram 1.498 atendimentos no ano passado em toda a cidade. Destes, 329 ocorreram na região que abrange o Jardim dos Lírios, Parque Novo Mundo, Mathiensen, Jardim Alvorada, entre outros. O número equivale a 21,9% das visitas.

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Os dados foram divulgados durante reunião extraordinária do CMDCA (Conselho Municipal Dos Direitos da Criança e do Adolescente), realizada na manhã desta terça-feira, na Câmara de Americana. As estatísticas do Conselho Tutelar foram compiladas em um relatório.

Foto: Leonardo Oliveira / O Liberal
Reunião apresentou panorama de 2019

O Conselho Tutelar é responsável por fiscalizar se os direitos da criança e do adolescente estão sendo cumpridos – esses estão alicerçados no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Quando há uma violação, o órgão é acionado. Segundo o conselheiro Rodrigo Milleta, os casos variam entre um simples pedido de vaga em creche até casos de violência sexual.

No local de maior incidência de atendimentos na cidade, o envolvimento de adolescentes com o tráfico de drogas é o que mais preocupa. “Tem também na Praia Azul, na área do São Manoel, no São Vito. Todos os bairros têm, alguns com mais densidade e outros menos”, diz Milleta ao LIBERAL.

A captação de adolescentes para atividades ligadas ao tráfico está diretamente relacionada com a “evasão escolar”, afirma o conselheiro. Só em novembro de 2019 o órgão recebeu mais de 1 mil ofícios de escolas denunciando situações em que os alunos simplesmente pararam frequentar a escola.

“É quase que uma regra. Quase todo o adolescente que está em ato infracional, se você pegar o prontuário dele, um ofício antes é o de evasão escolar, ou seja, não está na escola, está fazendo coisa errada”, pontua.

Para o secretário de Ação Social e Desenvolvimento Humano, Ailton Gonçalves, a cidade está colhendo os frutos, pois nas gestões passadas não investiu em políticas de proteção social básica na região. “Hoje essas crianças já estão com problemas na Vara de Infância de Juventude, então em algum momento do passado nós deixamos de investir no bairro e hoje estamos pagando o preço”, destaca.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

Ele afirma ainda que, na tentativa de melhorar a situação das crianças do Cidade Jardim, dois serviços de fortalecimento de vínculos familiares são mantidos. O Sespa (Serviço Social Presbiteriano de Americana) e a Casa de Dom Bosco possuem sede na região. “De segunda a sexta, das 8h às 17h, essas entidades têm atividades, tem vários eventos acontecendo ali dentro desse serviço”, acrescenta.

O documento mostra também que 8% dos atendimentos foram feitos em casos que envolvem crianças entre 1 e 2 anos de idade. As regiões do Jardim da Paz (16%) e do São Vito (14%) completam as três primeiras áreas onde os conselheiros estiveram mais presentes.

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