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Voluntário

Associação faz o papel de ‘escola’ para pacientes diabéticos

Associação dos Diabéticos de Americana ensina que é possível ter uma vida com qualidade após descobrir a doença

Por Leonardo Oliveira

18 de agosto de 2019, às 13h55 • Última atualização em 18 de agosto de 2019, às 19h07

A auxiliar-administrativo Elisângela Bertella, de 47 anos, teve durante a juventude problemas para aceitar o próprio corpo. Muito magra, decidiu fazer academia na tentativa de ganhar massa muscular. Aos poucos foi percebendo que, mesmo com uma carga intensa de treinos, na verdade estava perdendo mais peso ao invés de ganhar.

Ao procurar um médico e realizar exames de rotina para entender o motivo, descobriu que tinha diabetes. A partir daí sua vida mudou. Ela teve problemas para aceitar a nova condição e entrou em depressão. “Eu podia tudo e de repente fui ‘tesourada’. Não que eu não podia mais, mas a minha vida ficou restrita”, conta.

Nos primeiros anos da doença encontrou muita dificuldade para ter saúde e alimentação estáveis e chegou a ficar dez quilos abaixo do peso ideal. A situação mudou há quase duas décadas, quando conheceu a Adam (Associação dos Diabéticos de Americana) por intermédio de um médico que a atendia.

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal
Hoje, Elisângela é uma das mais assíduas frequentadoras da associação

Lá, encontrou o que faltava nos consultórios médicos. “Você começa a frequentar consultório médico, eles não têm condição de ficar falando sobre a doença, e a associação é uma escola. Comecei a aprender um monte de coisa que eu não sabia, por falta de informação”, explica.

Foi a partir daí que houve uma aceitação por parte da auxiliar sobre a sua condição. Ao encontrar outras pessoas com o mesmo problema, passou a entender que os efeitos da doença poderiam ser minimizados e que ela poderia ter uma vida como a de outras pessoas.

“Eu comecei a aceitar melhor, que eu podia comer de tudo. Hoje eu não me privo de nada, eu como de tudo que eu sinto vontade, tudo com controle. Variedade, equilíbrio e moderação, então você quer ter uma vida saudável, você tem que saber o que você está fazendo. Você tem os limites, mas se você souber dosar, dá pra levar tudo numa boa”, acrescenta.

Hoje, Elisângela é uma das mais assíduas frequentadoras da associação. Duas vezes por semana se desloca até a sede, na Rua Albânia, no Jardim Paulistano, para ouvir palestras, até mesmo ajudando a orientar outros pacientes que vão até o espaço há menos tempo que ela.

Ela diz que não pretende deixar a organização. “Tem muitos diabéticos que não sabem da associação e da importância que é”.

Palestras e apoio

Com a proposta de ser um centro de referência no assunto, a Adam (Associação dos Diabéticos de Americana) foi criada em 17 de fevereiro de 2000, na gestão do ex-prefeito Waldemar Tebaldi, que ajudou na viabilização de uma sede alugada no Jardim Girassol. Hoje é presidida por Maria Goreti.

A necessidade de um espaço maior para atendimentos individualizados fez com que houvesse uma mudança para o número 193 da Rua Albânia, onde funciona a Adam até hoje. Lá, os diabéticos aprendem mais sobre a doença com profissionais da área.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Maria Goreti (à esq.) é a presidente da associação, que foi criada em fevereiro de 2000, e Josane da Costa (à dir.) a assistente social

Todas as quintas-feiras ocorrem palestras na sede da associação, em dois horários, 13h30 e 19h30. Além de ouvirem dicas de alimentação com nutricionistas, também têm a oportunidade de compartilhar suas experiências em um grupo de apoio.

“O diabético tem dificuldade de aceitação na questão de algumas restrições que ele vai ter que passar. Até ele aceitar, ele precisa do acompanhamento de um psicólogo, e pra fazer essas adaptações, precisa da ajuda de uma nutricionista, de um professor de atividade física”, afirma a assistente social da associação, Josane da Costa.

Várias são as histórias contadas de frequentadores que chegam até a associação com um quadro depressivo e necessitam de um acompanhamento com psicólogo para entender o que estão passando. Depois de aceitarem, são orientados quanto à melhor maneira de se alimentar e como se exercitar.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Adam está localizada na Rua Albânia, no Jardim Paulistano

O local ainda serve como ponto de recolhimento de remédios e insulinas que acabam sobrando do tratamento de pacientes que possuem melhor condição financeira. Com isso, são repassados para os mais necessitados de acordo com uma filtragem realizada pela assistente social.

Desde a fundação, 1.450 diabéticos se cadastraram no banco de dados da associação, embora uma pequena parcela seja assídua no projeto. De acordo com Josane, cerca de dez pessoas comparecem a cada palestra realizada.

Aos interessados, basta comparecer à sede, às quintas-feiras, nos dois horários de palestras disponíveis. “Mesmo as pessoas não sendo assíduas, elas nunca deixam de vir aqui”, comemora.

Como ajudar

– Doando medicamentos e insulina

– Sendo voluntário

– Divulgando a causa

– Participando das campanhas realizadas pela associação

– Comparecendo nas palestras

– Facebook: facebook.com/Associação-Dos-Diabéticos-De-Americana

– Telefone: (19) 3407-3043

– E-mail: adamdiabetes@yahoo.com

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