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Política

Casal de Santa Bárbara nega agressões contra Moraes e é alvo de buscas da PF

Família alega que “entrevero” se deu por conta de vaga em sala VIP de aeroporto; depoimentos durante quase oito horas

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19 de julho de 2023, às 09h14 • Última atualização em 21 de julho de 2023, às 10h52

Casal de Santa Bárbara investigado por ataques a Alexandre de Moraes deixa delegacia da PF em Piracicaba – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

O casal Roberto Mantovani Filho e Andréia Munarão, de Santa Bárbara d’Oeste, prestou depoimento durante quase oito horas à Polícia Federal, em Piracicaba, nesta terça-feira 18).

Os dois e o genro Alex Zanatta Bignotto são investigados por terem, supostamente, hostilizado e atacado o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e familiares, no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, na sexta-feira.

O casal negou qualquer agressão no episódio e disse que houve um desentendimento por conta de vagas em uma sala VIP do local.

Enquanto estavam na sede da PF em Piracicaba, endereços da família de Santa Bárbara foram alvos de busca e apreensão de agentes.

Os mandados foram autorizados pela ministra Rosa Weber, do STF. Também foram apreendidos celulares e houve averiguação no veículo do casal na delegacia.

O advogado Ralph Tórtima fala com jornalistas, na entrada da sede da PF em Piracicaba – Foto: Luciano Claudino/Código 19/Estadão Conteúdo

O advogado Ralph Tórtima, que representa a família, considerou a medida desproporcional.

“Quando muito tivesse havido alguma ofensa, e não houve, nós estaríamos falando de um crime contra honra cuja a punição é insignificante dentro do Código Penal, o que talvez não justificasse tamanha desproporcionalidade de reação”, comentou a jornalistas.

“Quando muito tivesse havido alguma ofensa, e não houve, nós estaríamos falando de um crime contra honra cuja a punição é insignificante dentro do Código Penal, o que talvez não justificasse tamanha desproporcionalidade de reação”, comentou a jornalistas.

Nesta quarta-feira (19), em rede social, o ministro Flávio Dino, da Justiça, defendeu a ação da PF.

“A medida se justifica pelos indícios de crimes já perpetrados. Tais indícios são adensados pela multiplicidade de versões ofertadas pelos investigados. Sobre a proporcionalidade da medida, sublinho que passou da hora de naturalizar absurdos”, escreveu no Twitter.

Além da investigação sobre a suposta agressão e ofensas ao ministro, a polícia também apura se há algum indício de envolvimento do trio com atos golpistas. Ainda há expectativa para a verificação das imagens de câmeras de segurança do aeroporto.

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Os depoimentos tiveram início por volta de 9h e foram até pouco antes das 17h, acompanhados por um delegado da PF em Brasília, por videoconferência. O empresário Roberto Mantovani depôs primeiro, pela manhã. Andréia foi ouvida durante a tarde.

Segundo o advogado, o entrevero entre a família barbarense e a de Alexandre de Moraes teria se dado devido a vagas em uma sala VIP do aeroporto.

Andréia teria reclamado de que o ministro estaria “furando a fila” em uma sala VIP que estava cheia – a família de Santa Bárbara viajava com duas crianças, de 2 e 4 anos. A situação, segundo Tórtima, gerou uma reação do filho de Moraes, que teria feito ofensas à moradora de Santa Bárbara.

Andreia, Alex e Roberto durante abordagem no Aeroporto de São Paulo – Foto: Reprodução

“Há uma discussão. O Roberto se aproxima, se apresenta como marido dela, diz que o homem estava sendo desrespeitoso, estava ofendendo gravemente a sua esposa, o rapaz persiste e aí ele afasta o rapaz”, afirmou o advogado, que negou que tenha havido agressão. Segundo Tórtima, Mantovani não sabia que o homem que fazia as ofensas seria o filho do ministro.

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Em outra versão para o caso, Andréia teria xingado o ministro de “bandido, comunista e comprado”. Mantovani, segundo a PF, reforçou os xingamentos e teria agredido fisicamente o filho do ministro. Zanatta se juntou aos dois com palavras de baixo calão.

Alexandre de Moraes não se manifestou sobre os depoimentos desta terça. A guerra de versões, no entanto, só deve ser esclarecida após a análise das imagens do circuito de segurança do aeroporto, cuja liberação para os investigadores é negociada entre autoridades brasileiras e italianas. A expectativa é de que elas cheguem ainda esta semana.

O inquérito deve se debruçar sobre possíveis crimes contra a honra de Alexandre de Moraes, eventual lesão corporal e até tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Os crimes podem ser investigados e punidos no Brasil em razão do chamado princípio da extraterritorialidade.

Colaboraram Cristiani Azanha e Junior Guarnieri

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