07 de setembro de 2024 Atualizado 17:33

Notícias em Americana e região Notícias em Americana e região

Juros: taxas caem com alívio nos Treasuries, mas acumulam alta de prêmios na semana - O Liberal

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Juros: taxas caem com alívio nos Treasuries, mas acumulam alta de prêmios na semana - O Liberal

Publicidade

Compartilhe

Economia

Juros: taxas caem com alívio nos Treasuries, mas acumulam alta de prêmios na semana

Por Agência Estado

26 de julho de 2024, às 20h20

Os juros futuros fecharam em queda, refletindo um ajuste técnico a partir do bom humor do ambiente externo. A inflação medida pelo índice dos preços de gastos com consumo (PCE, em inglês), somada a outros dados nos EUA, atendeu as expectativas, animando o mercado sobre o ciclo de corte de juros que o Federal Reserve está para promover. Os rendimentos dos Treasuries recuaram, abrindo espaço para a curva brasileira devolver parte da alta acumulada nas últimas três sessões. Na semana porém, todas as taxas subiram, em especial as da ponta curta e intermediária na esteira do aumento das apostas em aperto da Selic em 2024.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caía de 10,781% para 10,755%, e a do DI para janeiro de 2026, de 11,76% para 11,70%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,95% (de 12,02% ontem no ajuste) e a do DI para janeiro de 2029 estava em 12,15%, de 12,25%.

Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, classifica o movimento de hoje como uma correção ante os “exageros” da semana, proporcionada pelo índice PCE, principal referência do Fed para balizar a meta de inflação de 2%. “Veio em linha e reforçou a aposta de que o Fed começará a cortar em setembro e a possibilidade de até 3 quedas este ano”, diz. Os yields dos Treasuries cederam, com a taxa da T-Note de dez anos voltando a cair abaixo de 4,20%.

O alívio de hoje suaviza um pouco o nível de abertura da curva na semana, mas os DIs seguem projetando forte elevação para a Selic nos próximos meses, de cerca de 1 ponto porcentual no fim de 2024 ante os atuais 10,50%. Prêmio este que Boragini considera excessivo dados os fundamentos positivos da economia. “O mercado vai criando narrativas que levam a um efeito manada, mas temos crescimento do PIB, balança comercial robusta e o anúncio importante do congelamento de R$ 15 bilhões. Não é uma crise fiscal como o mercado precifica”, avalia.

Pela manhã, o Tesouro informou que o Governo Central teve déficit de R$ 38,8 bilhões, maior do que os R$ 37,70 bilhões apontados na mediana do levantamento do Projeções Broadcast. O déficit no ano é de R$ 68,7 bilhões, o pior resultado primário desde 2020 para o primeiro semestre do ano.

Além do cenário fiscal, o pessimismo sobre o rumo da Selic se dá também em função do câmbio. O dólar voltou a subir hoje, sustentando-se pelo terceiro dia acima dos R$ 5,60, alimentando a percepção de que o contágio para os preços é questão de tempo, sem falar do impacto nos modelos do Banco Central.

Por ora, no DI, a precificação de aumento da Selic no Copom da próxima semana é marginal, espelhando uma opção alternativa uma vez que a manutenção da taxa em 10,50% é uma aposta de graça. Entre os 65 economistas que participam da pesquisa do Projeções Broadcast, é unânime a previsão de estabilidade.

Boragini, da Davos, espera manutenção da taxa em 10,50%, mas afirma que o comunicado da decisão deve ter um tom mais duro – “e tem de ser assim mesmo” -, a fim de evitar especulações em torno das mudanças na diretoria e do processo eleitoral neste segundo semestre.

Publicidade