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Brasil e Mundo

O que é a ‘cocaína rosa’, substância que apareceu em teste toxicológico de Liam Payne

Por Agência Estado

22 de outubro de 2024, às 09h28

Os exames toxicológicos feitos no cantor Liam Payne, que morreu na última quarta-feira, 16, após cair do terceiro andar de um hotel em Buenos Aires, na Argentina, apontaram a presença de “cocaína rosa” no organismo do ex-integrante da banda One Direction. A informação foi apresentada pelo veículo ABC News.

Também conhecida como 2-CB, Pink Powder ou “Tuci” no Brasil (uma derivação em português da pronúncia em inglês Two-C), a cocaína rosa é uma droga sintética alucinógena, capaz de provocar distorções da realidade, euforia e a sensação de despersonalização – ou seja, o sentimento de que há uma desconexão com o próprio corpo e pensamentos.

Apesar do nome, o entorpecente não é uma derivação da cocaína branca. O nome é dado por conta do efeito eufórico, de agitação e sensação de bem-estar que as duas drogas causam em quem as consome – além de ambas serem comercializadas e usadas em pó. Porém, diferente da “tradicional”, a rosa causa alucinações.

A cor vem de uma espécie de corante adicionado para tornar o produto rosa e sua venda mais atraente e impactante.

A droga é sintética e produzida a partir de uma mistura de cetamina ou quetamina (um anestésico), MDMA (associado como sinônimo do Ecstasy), cafeína e metanfetamina. Conforme a ABC News, também podem ser usados para produzir esse coquetel a própria cocaína, benzodiazepina e crack.

Essa composição faz a cocaína rosa ser mais cara por conta do alto custo de produção. Por isso, é conhecida também por ser usada por pessoas de alto poder aquisitivo. Além também de ser perigosa, uma vez que o usuário nem sempre sabe com precisão o que está usando e colocando dentro do próprio organismo.

Ainda sobre suas propriedades, a droga costuma provocar no início uma sensação de agitação e animação, que posteriormente evoluem para alucinações. Esse segundo efeito torna o seu consumo mais arriscado porque impede o usuário de medir com clareza as consequências de seus atos, o colocando em situações de perigo.

Em texto divulgado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) em abril do ano passado, o professor José Roberto Santin, doutor em toxicologia, explica que o efeito estimulante e as alucinações provocadas pela cocaína rosa são decorrentes da presença de metanfetamina e ou do LSD.

“O usuário está sujeito a ver e fazer coisas extremas, sem noção exata da realidade ao seu redor”, declara.

Segundo o professor, que também é coordenador de um Grupo de Trabalho de Toxicologia do CFF, o uso da droga em doses extremas pode provocar sobrecarga do coração e, como consequência, levar a pessoa a um infarto; além de vício, dependência e overdose em casos de consumo excessivo.

Isso ocorre porque, segundo informações apresentadas pelo Hospital Santa Mônica, também em texto divulgado em seu site, o efeito das anfetaminas da cocaína rosa no cérebro é muito exagerado, causando um aumento abrupto de dopamina e a noradrenalina – neurotransmissores associados ao prazer

Como efeito, o próprio organismo regula o aumento dessas substâncias químicas, reduzindo o número de receptores desses neurotransmissores. Resultado: as próximas vezes que um usuário usar a droga, o corpo vai demandar quantidades ainda maiores para conseguir gerar o mesmo efeito produzido quando foi usada na primeira vez.

“Além disso, como o pó rosa é considerado um alucinógeno, seus usuários podem sofrer com a distorção da realidade. Alguns sintomas possíveis são alucinações auditivas, paranoia ou pânico, gerando um perigo para si e para outros”, alerta a instituição.

Apesar de ser mais comum em outros países da América do Sul, como Argentina e Colômbia, essa droga também já foi apreendida no Brasil.

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