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Pesquisa

Coquetel contra Covid reduz 81% de casos sintomáticos em contactantes

Estudo utiliza uma combinação de medicamentos para evitar casos sintomáticos entre contactantes que moram na mesma residência que pessoas diagnosticadas

Por Agência Estado

12 de abril de 2021, às 11h08 • Última atualização em 12 de abril de 2021, às 14h21

A pesquisa está na fase 3, que testa a eficácia em larga escala - Foto: Medical photo created by wirestock - www.freepik.com

A empresa norte-americana Regeneron Pharmaceuticals divulgou nesta segunda-feira os resultados da fase 3 de um coquetel para reduzir as possibilidade de contrair a Covid-19, desenvolvido em parceria com a suíça Roche.

O estudo utiliza a combinação dos medicamentos (chamados anticorpos monoclonais) Casirivimab e Imdevimab para evitar casos sintomáticos entre contactantes que moram na mesma residência que pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus.

Segundo o laboratório, uma dose da combinação (chamada Regen-Cov) administrada por injeção subcutânea pode reduzir em 81% o risco de a pessoa desenvolver um caso sintomático da Covid-19. Os demais participantes do estudo tiveram sintomas leves e com permanência menor, por até cerca de uma semana (ante as cerca de três semanas de sintomas identificadas em quem recebeu o placebo).

“Esses dados sugerem que o Regen-Cov pode complementar estratégias de vacinação, particularmente para aqueles com alto risco de infecção. É importante ressaltar que, até o momento, Regen-Cov demonstrou in vitro reter sua potência contra variantes emergentes de preocupação (as “variants of concern”, como as identificadas inicialmente em Manaus e no Reino Unido, por exemplo)”, disse o médico Myron Cohen, que lidera o estudo e é diretor do Instituto de Saúde Global e Doenças Infecciosas da Universidade da Carolina da Norte, em comunicado divulgado pela Regeneron.

“Se autorizada, a administração subcutânea conveniente de Regen-Cov pode ajudar a controlar surtos em ambientes de alto risco, nos quais os indivíduos ainda não foram vacinados, incluindo famílias e ambientes de vida em grupo”, completou.

O estudo foi feito com uma amostra de 1.505 pessoas não infectadas pelo novo coronavírus, que não tinham anticorpos para a doença e viviam na mesma residência que alguém que teve Covid-19 nos quatro dias anteriores. Realizado em conjunto com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID na sigla em inglês), foi duplo-cego, com administração de placebo para parte dos envolvidos.

Do total dos participantes, 31% tinham ao menos um fator de risco para a doença. Além disso, 33% eram obesos e 38% estavam com 50 anos ou mais. A média de idade foi de 44 anos, embora o estudo tenha reunido desde pré-adolescentes com 12 anos a idosos com 92 anos.

“Esses anticorpos podem ser particularmente úteis em indivíduos que ainda não são vacinados, e também podem ter potencial para aqueles que são imunossuprimidos e podem não responder bem às vacinas”, destacou o médico Dan H. Barouch, codiretor investigador do ensaio e professor na escola de Medicina da Universidade de Harvard, também no comunicado divulgado pela empresa.

Ainda de acordo com o laboratório, 20% das pessoas que tomaram o coquetel tiveram eventos adversos, ante 29% das que receberam placebo. Os eventos considerados graves ocorreram em 1% do grupo que recebeu o Regen-Cov, mesmo porcentual do placebo. Somente os participantes que não tomaram o tratamento precisaram ser hospitalizados ou ir a um pronto-socorro por causa da Covid-19 durante os 29 dias de avaliação da eficácia.

Além disso, reações no local de injeção ocorreram em 4% das pessoas que receberam o coquetel, enquanto foram registradas em 2% do outro grupo. Segundo a empresa, as duas mortes de participantes que receberam o tratamento não tiveram relação com os medicamentos ou a Covid-19.

O coquetel está liberado para uso em caráter emergencial nos Estados Unidos desde novembro passado para pacientes com ao menos 12 anos e 40 quilos, tendo sido utilizado no tratamento do então presidente Donald Trump. Segundo a fabricante, ensaios clínicos em diferentes ambientes continuarão, incluindo um voltado a pacientes hospitalizados, feito no Reino Unido.

Ainda de acordo com o laboratório, parte dos estudos foi financiada por fundos federais norte-americanos fornecidos pela Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado Biomédico (Barda, na sigla em inglês), que integra o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

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