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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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JUSTIÇA

Dra. Adriana é condenada por difamação contra ex-diretor técnico do HM de Americana

Em vídeo publicado no Facebook, pediatra fez acusações a Luis Antonio Adamson; defesa irá recorrer da decisão

Por Gabriel Pitor

25 de setembro de 2024, às 07h20

A 1ª Vara Criminal de Americana condenou, no último dia 20, a ex-diretora do HM (Hospital Municipal) Dr. Waldemar Tebaldi e médica pediatra Dra. Adriana (Adriana Carina Polito Cardoso) a prestar serviços comunitários por ter difamado o seu sucessor e também ex-diretor da unidade de saúde, Luis Antonio Adamson, em vídeos publicados nas redes sociais em setembro de 2021.

Ao LIBERAL, a defesa de Dra. Adriana, representada por Gerson Marcelino, afirmou que irá recorrer e chamou a decisão de “equivocada e de certa forma absurda”. Ainda foram apontadas falhas na tramitação da ação, já que, segundo o advogado, crimes de menor potencial ofensivo são de competência do Juizado Especial Criminal e o recolhimento das custas do processo foi feito fora do prazo.

Magistrado reconheceu como ofensiva as postagens da médica – Foto: Reprodução / Facebook

“No caso, entendemos que não houve calúnia ou difamação de ninguém. Nossa cliente apenas relatou fatos que tinha conhecimento na condição de diretora do hospital. Ela lamenta o encaminhamento dado pela Justiça de Americana, mas confia que o Tribunal de Justiça de São Paulo irá reparar esses evidentes erros quanto à aplicação da lei”, completou Gerson.

Adamson apresentou uma queixa-crime contra Dra. Adriana em 23 de maio de 2023. Nela, o médico ortopedista relatou ter sido difamado em um vídeo postado pela pediatra, em setembro de 2021, no Facebook.

Alguns trechos da publicação foram destacados pelo juiz André Carlos de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Americana. A ex-diretora do HM falou que o seu sucessor teria dito a ela que iria “arrumar um jeito dos médicos continuarem na mamata, sem cumprir carga horária”.

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Ainda no vídeo, Dra. Adriana acusou Adamson de não cumprir o seu expediente como servidor público, bem como de não bater ponto e ser “corrupto”.

A queixa-crime foi acolhida em 9 de novembro do ano passado. Durante o processo, a defesa da pediatra sustentou, por diversas vezes, a impossibilidade de a ação tramitar na Justiça Comum, uma vez que seria um caso de menor potencial ofensivo e deveria ser de competência do Juizado Especial Criminal. Também foram apresentadas documentações supostamente relacionadas à Prefeitura de Americana, que comprovariam o que foi dito no vídeo.

Porém, além do crime de difamação, havia uma qualificação por ter acontecido na “rede mundial”, ou seja, na internet — o que poderia triplicar a pena. Isso também foi defendido pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) ao pedir, em agosto deste ano, a procedência da ação.

André Carlos, após analisar o vídeo, apontou que conteúdo é “visivelmente ofensivo e dolosamente dirigido” a Adamson. Ele também afirmou que as falas não podem se apoiar no inconformismo com os gastos públicos.

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“Indicou o querelante [Adamson] como praticante de ilegalidades no âmbito da administração pública, difamando-o quanto ao conceito objetivo da honra que o querelante tem deles. Houve consumação, já que a publicação chegou ao conhecimento de terceiro, com incrível e não desejável potencial de replicação por se valer a querelada de rede mundial de computadores e rede social”, disse o magistrado.

A pediatra foi condenada a nove meses de detenção, que foram substituídos por serviços comunitários, e 30 dias-multa por difamação qualificada por veiculação na internet.

Adamson, que não ocupa mais o cargo de diretor técnico do HM desde que a OS (Organização Social) Santa Casa de Chavantes assumiu a gestão do local, comentou ao LIBERAL que Dra. Adriana falou “mentiras” sobre ele.

“Ela falou coisas que não devia e o juiz entendeu que ela ultrapassou os limites. O ideal seria até ela se manifestar, nas redes sociais, sobre o que ela falou de mim, mas não sei se isso irá acontecer”, completou.

Atualmente, segundo o Portal da Transparência, o profissional é médico plantonista e clínico geral na Coordenadoria de Medicina Preventiva.

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