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EDUCAÇÃO

Ideb: Americana e Santa Bárbara melhoram nos anos iniciais, mas pioram no ensino médio

Rede municipal de Americana alcançou a melhor avaliação da RPT com 6,8 nos anos iniciais; escolas estaduais têm maus resultados e Seduc aponta defasagem

Por Gabriel Pitor

16 de agosto de 2024, às 07h23 • Última atualização em 17 de agosto de 2024, às 09h06

As redes municipal e estadual de Americana e Santa Bárbara d’Oeste melhoraram as suas avaliações nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), de acordo com os resultados do Ideb 2023 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgado nesta quarta-feira (14) pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Secretário de Educação de Americana, Vinicius Ghizini celebrou resultado – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Por outro lado, os dois municípios tiveram uma piora no índice do ensino médio, que é ofertado pelas escolas estaduais. Em nota, a Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) atribuiu as notas à defasagem por conta da pandemia da Covid-19.

O Ideb é um indicador a cada dois anos da qualidade de ensino e leva em consideração dois conceitos: a aprovação escolar, obtida por meio do Censo Escolar, e o desempenho dos alunos no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que é uma prova no qual o Inep avalia o quanto a criança ou o jovem aprendeu na escola.

Os conceitos são quantificados em notas e formam o índice, que vai de 0 a 10. É por meio desse levantamento que cidades, estados e o governo federal estudam políticas públicas para melhorar o ensino e entender quais são os gargalos das unidades.

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Destaques

No Ideb 2023, Americana e Santa Bárbara melhoraram as suas avaliações nos anos iniciais do ensino fundamental.

A rede municipal de Americana alcançou a melhor avaliação da RPT (Região do Polo Têxtil) com 6,8, maior que 2021 quando foi de 6,6. Essa nota, inclusive, está acima da média brasileira (5,7) e dos índices de todos os estados do País. Já as escolas estaduais americanenses mantiveram o conceito 6,7.

Por sua vez, Santa Bárbara melhorou de 6,4 para 6,6 na municipal e de 6,8 para 7 na estadual.

Ao LIBERAL, o Secretário de Educação de Americana, Vinicius Ghizini, comemorou o resultado e destacou que a cidade conseguiu retornar ao patamar de antes da pandemia da Covid-19 – em 2019, o índice também foi de 6,8 nas unidades municipais. Segundo ele, isso se deve a uma força-tarefa realizada pela pasta durante e depois da disseminação do coronavírus.

Americana melhorou a avaliação nos anos iniciais do ensino fundamental – Foto: Prefeitura de Americana/Divulgação

“Durante a pandemia, fizemos o uso da tecnologia, principalmente por meio das plataformas e do convênio que tivemos com o Google. E, no período pós-pandemia, fizemos um plano de recomposição de aprendizagem que envolveu diretores, professores e equipe pedagógica, que se dedicaram bastante nos projetos de leitura. Foi uma escolha acertada”, apontou.

Ghizini também lembrou da adoção de um sistema de ensino com apostilas, o que ajudou a integrar diversas habilidades aos alunos.

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Avanços

Já a Secretaria de Educação de Santa Bárbara celebrou o progresso e disse que 76% das unidades apresentaram avanços significativos em suas notas. Entretanto, aquelas que mantiveram as suas avaliações terão um plano de ação para que possam acompanhar o crescimento das demais.

“O resultado positivo reflete os investimentos constantes realizados na rede, com obras e manutenções de escolas, ampliação do quadro de servidores, capacitação de profissionais, aquisição de novos equipamentos, entre outros”, comentou a pasta, em nota.

Ainda na RPT, Nova Odessa teve uma piora nos anos iniciais em relação a 2021: de 6,8 para 6,7. Após questionamento da reportagem, a prefeitura afirmou que, na verdade, a qualidade do ensino melhorou já que a nota dos alunos no Saeb aumentou de 6,88 para 6,9. O que “caiu ligeiramente” foi a taxa de aprovação – o outro conceito considerado pelo Ideb.

A administração ainda destacou investimentos feitos na área e na modernização da rede, com kits de materiais, lousas digitais, apostilas e aulas de robótica.

Sumaré teve um aumento no índice da rede municipal, porém caiu na estadual. E Hortolândia aumentou na municipal e se manteve com 6 na estadual.

Anos finais

Das cidades que têm escolas municipais que oferecem os anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), Americana foi a única a apresentar melhora na avaliação: de 5,7 a 5,9.

No entanto, Ghizini afirmou ao LIBERAL que a nota demanda atenção e que estudos serão feitos para ver como pode ser aumentada nas próximas edições do Ideb.

Hortolândia teve o índice mais alto, com 6,1. Sumaré caiu de 5,6 para 5,2.

Por sua vez, na rede estadual, apenas Nova Odessa subiu de 5,6 para 5,8. Em Santa Bárbara e Sumaré, o índice caiu, enquanto Americana e Hortolândia continuaram em 5,4 e 5,3, respectivamente.

Ensino médio

Os resultados ruins das unidades administradas pelo Estado ficaram ainda evidentes no ensino médio. Americana (4,5), Santa Bárbara (4,4), Nova Odessa (4,6) e Sumaré (4,2) pioraram os seus índices em relação a 2021. Hortolândia se manteve com 4,5.

Em nota, a Seduc-SP apontou uma “defasagem na aprendizagem e a necessidade de implementar medidas para recuperar o déficit acumulado ao longo da pandemia, que ainda reflete nas avaliações dos alunos”.

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Para tentar solucionar esses problemas, a secretaria disse que tem promovido mudanças na matriz curricular, bem como alfabetização na idade certa em parceria com municípios paulistas, recuperação semestral com foco na recomposição da aprendizagem e ampliação de cursos de formação continuada para professores.

Políticas públicas

O diretor de Políticas Públicas da organização Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, ressaltou que os estudantes não conseguiram atingir os índices pré-pandemia da Covid-19 e que para isso serão necessárias políticas públicas.

“É fundamental que prefeituras e governos estaduais, com a coordenação do governo federal, tenham uma estratégia de recomposição dessas aprendizagens, ou seja, de superação dessas lacunas e defasagens, do que os estudantes deveriam ter aprendido, mas ainda não aprenderam”, afirmou.

Em Americana, Ghizini contou que os resultados das escolas estaduais serão abordados com o governo e que há um “diálogo contínuo” com a Seduc-SP para que as redes possam crescer de forma sustentável e duradoura.

“Embora sejam atribuições diferentes, a gente tem um trabalho conjunto com o Estado, compartilhando materiais, projetos”, apontou.

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