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Esportes da região

Paratleta com perna amputada adere a desafio de correr 1 km por dia neste ano, em Americana

Elbert Palombino, de 26 anos, começou as atividades já no dia 1º de janeiro e tem sido um exemplo de superação

Por Gabriel Pitor

28 de janeiro de 2024, às 08h26 • Última atualização em 29 de janeiro de 2024, às 10h29

Elbert teve a companhia de agentes de segurança na última quinta - Foto: Leonardo Matos/Liberal

“Nós fomos chamados para te dar uma força nessa corrida. Mas, no fim, você quem deu força para nós com sua garra e sua superação”.

A frase acima foi dita pelo tenente-coronel Adriano Daniel, comandante do 19º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), de Americana, ao paratleta Elbert Palombino, de 26 anos, que concluiu na última quinta-feira (25) mais uma etapa do seu desafio de correr 1 km por dia até o fim de 2024.

Na corrida desta quinta, Elbert foi acompanhado por Adriano, familiares, amigos, agentes da Gama (Guarda Municipal de Americana) e integrantes do Instituto Pernas da Alegria, de Americana, que levaram cartazes de apoio ao paratleta.

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Com saída do CCL (Centro de Cultura e Lazer), no início da noite, o grupo fez 1 km de atividade na Avenida Brasil e inspirou quem passava pelo local e via o rapaz correndo com duas muletas.

A história de desafios e superação de Elbert começa em 2021. Ele treinava para corridas de 10 km, com meta de disputar provas de até 21 km, quando sentiu as primeiras dores musculares nas pernas e buscou orientação médica, que o encaminhou para a fisioterapia.

Em um dos alongamentos, em outubro de 2022, ele fraturou o osso do fêmur e precisou ser levado ao Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em Campinas.

Após exames, foi constatado um sarcoma de Ewing nos ossos da perna direita, espécie de câncer raro que causa muita dor e fraqueza, e pode se espalhar para outras partes do corpo. Por esse motivo, em dezembro de 2022, Elbert teve a sua perna amputada.

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“Infelizmente, me falaram que não tinha o que fazer. Era uma coisa silenciosa, que não existe prevenção, então não tive como lutar contra, só tive de aceitar a amputação”, contou o paratleta.

Segundo a esposa Jéssica Palombino, de 25 anos, foi um momento difícil para a família e Elbert chegou a desistir de correr. “Foi um choque saber que ele teria de amputar a perna, porque representava a morte de vários sonhos que a gente tinha”, disse.

Evento foi realizado para manifestar apoio ao paratleta – Foto: Leonardo Matos/Liberal

Porém, uma vaquinha feita na internet para arrecadar R$ 148 mil para uma prótese chamou a atenção da palhaça voluntária Lilica Amâncio, do Instituto Pernas da Alegria, que trouxe o paratleta para o projeto. Em uma corrida com triciclo, Elbert teve o seu veículo conduzido pelo maratonista Hugo Farias, que o motivou a voltar a correr.

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A irmã Melissa Palmbino Queiroz, de 27 anos, também teve um papel importante na superação de Elbert, já que “ficou no pé” para que ele aderisse ao desafio de correr 1 km por dia durante todo o ano de 2024. O primeiro dia foi logo no feriado de Ano Novo, em Monte Verde (MG), onde a família estava em uma viagem.

Quimioterapia

Já o 25º dia foi concluído nesta quinta e Elbert tem conseguido trazer toda a família e amigos para correr junto. Mas há um novo desafio pela frente para o paratleta: foram descobertos neste ano dois nódulos no pulmão, que podem ser metástases, e o rapaz aguarda uma cirurgia enquanto faz quimioterapia.

“A quimio dá uma pesada, porque dá muita ânsia de vômito, muita falta de energia, disposição. Então é difícil, mas para correr eu até consigo. Se for para eu ficar pensando, como no meu trabalho que eu mexo com computador, é mais difícil”, contou Elbert, que também trabalha como arquiteto e urbanista em um escritório de Americana.

Ainda assim, ele não desanima e tem como meta participar de uma meia-maratona até 2025. Ao LIBERAL, chegou a dizer que Deus tem dado forças para superar os desafios e que vê novas perspectivas. A fala foi ressaltada por Jéssica.

“Hoje a gente vê que tem tantas outras possibilidades, ideias, outro mundo e isso deixa a gente muito animado”, afirmou.

Elbert segue também com campanha para a compra de uma prótese de desarticulação. Qualquer pessoa com conta corrente em banco ou com chave Pix pode doar para a vaquinha por meio deste link. Até esta sexta, tinham sido arrecadados R$ 26,3 mil dos R$ 148 mil estabelecidos como meta.

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