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Notícias que inspiram

A história de um casal de Americana que chega a 70 anos de casados

Atualmente, mais de 30 pessoas descendem da união deles, datada do início da década de 50

Por Jucimara Lima

30 de julho de 2023, às 08h28

A alegria e cumplicidade no olhar do casal - Foto: Claudeci Junior - Liberal

No dia 30 de julho de 1953, o jovem casal María de Oliveira Boraschi e Alvarino Boraschi subia ao altar da Igreja Matriz de Monte Santo, uma pequena cidade localizada no sudoeste de Minas Gerais, para trocar alianças e oficializar o começo de uma nova família.

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Como uma típica cidade do interior, naquela época, todo mundo se conhecia e o namoro entre eles – que eram filhos da terra – começou cedo. “Casamos na igreja e no civil, inclusive comigo vestida de noiva”, orgulha-se ela.

No auge de seus vinte e poucos anos (ela com 21 e ele com 23), eles não sabiam, mas estavam dando início a uma verdadeira jornada marcada por muito trabalho, resiliência, união e amor, que inclusive serviria de exemplo para várias gerações. “Ser neta deles é um aprendizado constante.

É aprender sobre respeito, amor, cuidado e principalmente sobre a nossa história”, diz a chef Fádia Cheaito.

Retrato do casamento, em de 30 de julho de 1953 – Foto: Arquivo Pessoal

Uma vida partilhada. Juntos há 7 décadas, dona María e seu Alvarino viram o mundo se transformar e muita coisa virar história. Quando o homem pisou na lua em 20 de julho de 1969, estavam há 10 dias de comemorar 16 anos de casados. Já no ano da Bodas de Prata (1978), souberam da notícia de que o primeiro bebê de proveta havia nascido na Inglaterra, enquanto o seu caçulinha, Sérgio, completava cinco aninhos.

Em contrapartida, em 2003, ano em que comemoram 50 anos de casamento, viram entrar em vigor o novo Código Civil Brasileiro, um marco para as transformações sociais até hoje. Em resumo, uma vida inteira em comum, na qual estiveram juntos em momentos de crises globais, revoluções e muitas inovações, só permanecendo o amor de um pelo outro e como eles mesmos fazem questão de destacar: “é até melhor.”

Passado e presente. Dona de uma personalidade doce e cuidadora, dona María, hoje com 91 anos, confirma que não fazia ideia de que a união deles poderia resultar na formação de uma família tão numerosa.

“Ficamos felizes em ver que nossa união teve tantos frutos. Não vou dizer que foi fácil. A gente trabalhou bastante, mas deu tudo certo”, pontua ela, lucidamente.

Recordando os primeiros tempos, ela relembra que no ano seguinte ao casamento, nasceu a primeira filha, a Maria de Fátima. Na sequência vieram José Olinto (1956), Marcos (1959), Sandra (1963), Ivete (1964) e Sérgio (1973).

Após o nascimento dos dois primeiros filhos, o casal se mudou para Americana, de onde nunca mais saiu. Por aqui, ele virou comerciante e durante muitos anos foi o proprietário da tradicional Casa de Carnes Combate, na Rua Vital Brasil.

Batalhadora, dona María acorda todos os dias às 8h e cuida dos afazeres do cotidiano. “Tenho a saúde boa, só um probleminha de pressão, que acho que é porque fico preocupada com ele”, brinca.

Por outro lado, seu Alvarino passou recentemente por um AVC, mas nada que o faça perder a lucidez, muito menos o amor pela esposa. Questionado se ao olhar para o passado ele sente que teve uma vida realizada, fala firme, apesar da dificuldade, de quem não tem dúvida. “Tenho uma vida feliz até hoje”.

A alegria do casal ladeado pelos filhos – Foto: Arquivo Pessoal

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Família cresceu. Atualmente, a família conta com mais de 30 descendentes dessa união, sendo 14 netos e 12 bisnetos, algo que torna difícil a reunião de todos, mas que quando acontece faz a alegria do casal.

“Hoje é difícil reunir todo mundo. Só quando tem um aniversário ou algo assim, mas ainda assim não vem todo mundo. Sempre fica um ou outro para trás”, lamenta.

Para ele, o segredo de um casamento tão duradouro é muito simples e se resume em uma única palavra: respeito.

Já para ela, a receita tem a ver com uma convivência boa e saudável. “Ele é um homem muito bom e sempre cuidou muito bem da gente”, derrete-se. “Ela é uma mulher muito íntegra e o que mais amo nela é a honestidade”, acrescenta seu Alvarino.

Assim, com amor e respeito, hoje eles terão parte da família reunida para celebrar os 70 anos de casamento, data marcante, que ela questiona ao final de nossa visita para fazer a reportagem.

“Setenta anos é bodas de que mesmo?”. É de Vinho, dona María, que assim como vocês, fica melhor com tempo. E respondendo à pergunta que fez ao fotógrafo quando ele tirava as fotos que ilustram a reportagem, sim, vocês fazem um casal muito bonito. 

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