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A devoção de uma família ao padroeiro

Um Antônio e a história da relação com seu santo protetor, que sempre esteve presente em muitas outras vidas de sua família

Por Jucimara Lima

19 de junho de 2023, às 10h06 • Última atualização em 19 de junho de 2023, às 10h08

No alto da sala de Airton o quadro de Santo Antônio trazido da Itália simboliza a devoção da família ao padroeiro de Americana - Foto: Junior Guarnieri - Liberal.JPG

A família Sgobin sempre foi devota de Santo Antônio, portanto, guarda em suas memórias muitos fatos que envolvem um dos santos católicos mais conhecidos do mundo, com fama de”casamenteiro”, além de padroeiro das grávidas, padeiros, daqueles que têm fome e tantos outros.

Na semana passada, celebramos o seu dia e, naturalmente, como é o padroeiro da cidade de Americana, muitos americanenses o elegem como santo de devoção, como o caso do decorador e comerciante Airton Sgobin, de 63 anos, uma relação que faz parte de sua história de vida, antes mesmo de ele nascer.

Para Airton, tudo começa no século passado ainda na Itália, quando seu bisavô paterno embarcou em um navio rumo ao Brasil. Na bagagem, o patriarca trouxe alguns objetos pessoais, dentre eles um quadro de Santo Antônio, caprichosamente embalado e colocado dentro de um baú. Como devoto, a ideia era que a imagem do santo pudesse trazer proteção à família Sgobin, que tempos depois acabou se estabelecendo nessa região.

A história de Maria. Muitos anos depois desse episódio, Maria Mina, mãe de Airton e já falecida, se mudou para Americana com os pais e uma irmã caçula. Vinda de Corumbataí, na época, ela vivia o auge da juventude e estava comprometida com um rapaz de Rio Claro.

Curiosamente, a jovem e sua família se tornaram inquilinas dos Sgobin. Não demorou para Maria conhecer e se encantar com um dos filhos do casal locador, o boêmio Gumercindo – hoje com 92 anos. O flerte não era aprovado pela mãe, que foi contra a união, mas, não teve jeito. “Ela acabou largando o primeiro namorado e em seis meses se casou com meu pai”, diverte-se Airton. O casamento aconteceu na Matriz Velha de Santo Antônio, em 19 de outubro de 1957.

“Antes de subir ao altar, minha mãe fez um pedido a Santo Antônio e prometeu que se fizesse um bom casamento, pelo resto da vida, todos os anos, na véspera de seu dia, iria mandar rezar um terço e promover uma festa como forma de gratidão”, contou o decorador.

Do casamento, nasceram quatro filhos (Airton, Adilson, Mariléa e Lysiane), quatro netos (Mariana, Vitória, Pedro e Ana Júlia) e dois bisnetos (Miguel e Ayra). Em agosto de 2017, pouco tempo antes de comemorar 60 anos de casamento, Maria Mina faleceu e. em junho do mesmo ano, rezou seu último terço ao santo, o qual ela acreditava que além de ter lhe garantido um bom casamento, também salvou a vida de seu primogênito.

Nasce mais um Antônio. Prestes a dar à luz o primeiro filho, Maria e o marido Gumercindo, assim como alguns familiares, sofreram um acidente de caminhão e caíram em um rio localizado próximo à Hortolândia. Na época, todos se machucaram, inclusive Maria, que novamente evocou Santo Antônio para que lhe salvasse a gravidez.

“Ela prometeu para ele que se tudo desse certo, além de toda a festa que já fazia, também iria me vestir de Santo Antônio em todas as procissões. Além disso, também me deu o nome dele. Apesar de nunca ter usado socialmente, sou Airton Antônio Sgobin”, revela.

Legado. Atualmente, o quadro trazido da Itália pela família Sgobin, enfeita uma das salas da casa de Airton, uma herança deixada por um tio-avô que na infância sempre lhe contava a história do objeto. “Apesar de me apegar a outros santos, Santo Antônio é o santo que me acompanha. Sou americanense, devoto de Santo Antônio, protegido por ele e me chamo Airton Antônio, então, Santo Antônio é o santo da minha vida”, finaliza. 

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