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Médico conduz projeto social voltado para crianças

Rogério Panhoca preside o Colorado, um clube de bairro fundado no ano de 1977, no Conserva

Por Jucimara Lima

22 de agosto de 2022, às 07h38 • Última atualização em 22 de agosto de 2022, às 16h54

“Futebol é bem mais do que apenas um jogo”. A essência dessa frase dita pelo médico Rogério Panhoca, de 57 anos, durante a entrevista que nos concedeu, resume bem tudo que ele faz como presidente do Colorado, um clube de bairro fundado no ano de 1977, no Conserva, em Americana.

Idealizador do projeto social que acontece por lá desde o início dos anos 2010, pelo que ele contou, sua paixão pelo esporte foi quase herdada, afinal, seu avô paterno Bruno Panhoca ajudou a fundar o Clube Atlético Paulistinha, em São Carlos. Além disso, seu próprio pai também teve envolvimento na área. “Futebol é o esporte que a Panhocada mais gosta até hoje”, confessa.

De volta ao passado. Ex- futuro centro-avante promissor, Panhoca se recorda da infância, quando saía de casa com uma bola debaixo do braço e só voltava no final da tarde, após brincar em diversos campinhos espalhados por uma Americana bem mais pacata.

Quando o filho Rafael completou sete anos, ele passou a frequentar o Colorado, época na qual o folclórico treinador Zé Pulga já havia transformado o clube em uma escola voltada para o futebol de base.

Prometi que iria fazer daqui um lugar onde nenhuma criança pagaria nada e ao qual todos teriam o mesmo acesso” – Foto: Marcelo Rocha – Liberal.JPG

“O Zé Pulga revelou muitos atletas e por essa razão se tornou uma lenda viva do futebol de base do País. Como a gente diz na medicina, ele tem olho clínico para descobrir talentos e, com o tempo, adquiriu uma sabedoria muito grande. Ele passa uma lição de vida para as crianças aqui do Colorado, algo que nos enche de orgulho. Assim como ele, penso que nossa missão não é formar apenas atletas, queremos formar cidadãos”, reflete.

Dos tempos que o filho treinava no Colorado, um episódio foi muito marcante para ele e talvez tenha sido o início do desejo de fazer mais do que apenar torcer pelas crianças do clube.

“O Rafael tinha um companheiro de zaga que era muito bom de bola. Toda vez que os meninos iam jogar fora de Americana, ele tinha alguma desculpa para não acompanhar. Com o tempo, acabei desconfiando que era por questões financeiras, já que as viagens tinham um custo. Aí, um dia dei um dinheiro para o Rafael entregar para ele. Esse menino tinhas uns oito ou nove anos. Ele chegou em mim, devolveu o dinheiro e disse que não precisava de esmola. Virou as costas e foi embora para nunca mais voltar. Para mim, foi um tapa na cara. Entendi a dignidade do gesto e aquilo me marcou muito”.

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Quando Rafael se desligou do Colorado para se dedicar aos estudos, Panhoca viu que esse era o momento de entrar em ação e pediu permissão para Zé Pulga para começar a implementar o projeto social no clube. “Prometi que iria fazer daqui um lugar onde nenhuma criança pagaria nada e ao qual todos teriam o mesmo acesso”.

Colorado, hoje. Atualmente, o Colorado atende mais de 350 crianças, entre 7 e 17 anos que treinam divididas em turnos e categorias. Quem quer participar, basta procurar a sede do clube, que fica na Rua da Abolição, 119, e fazer um cadastro. “A gente brinca que aqui as portas estão sempre abertas, tendo como única exigência, trazer um atestado médico”.

Com 45 anos de história e mais de 20 dedicados exclusivamente para o trabalho com crianças, o Colorado conta com uma excelente estrutura composta por campo, arquibancada, cantina, consultório médico e odontológico, sala de troféus, banheiros adaptados, vestiários, local para treinos físicos, casa de um dos técnicos e até uma horta orgânica.

Ainda assim, o sonho é maior. Panhoca deseja construir um espaço que ele chama de Arena Colorado, que contará com quadra coberta e uma academia.

“Hoje, quando chove, as crianças não podem treinar. Além disso, a academia possibilitaria uma melhora nas condições físicas dos atletas”, explica.

Para o sonho se realizar, só falta investimento. “É um projeto ousado e caro, mas tenho uma coisa comigo: me sinto competente para conseguir apoio por meio de iniciativas privadas. Eu me propus a fazer esse projeto e gostaria de enquanto puder, ir tocando o Colorado assim. Digo que o Colorado é um dos clubes mais vencedores do futebol de base, considerando que vencer nesse caso não é só colecionar troféus, mas principalmente colecionar sorrisos e pessoas. Nesse ponto, somos os campeões da cidade”.

Atualmente, a comissão técnica é composta pelos treinadores Zé Pulga (presidente de honra), José Valter e Messias, além da secretária Giovana e Thiago Faé, “tesoureiro e braço direito”.

COLABORAÇÃO. Quem quiser contribuir com a manutenção do Colorado uma boa maneira é participando das ações que eles promovem, como a Festa Caipira que acontecerá dia 27, a partir das 17h. Informações sobre convites pelo WhatsApp: (19) 98605-7746.

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