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Se precisar, pegue, e se puder, doe; esta é a conta

Atitude de moradora do bairro Planalto do Sol II faz a diferença para a comunidade

Por Jucimara Lima

14 de março de 2022, às 07h14 • Última atualização em 14 de março de 2022, às 07h15

Elza, Maria Zelinda e Diva provam que a união faz a força - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

Quando criança, a diarista Maria Zelinda Martins Brito, hoje com 53 anos, costumava ver a mãe consertando roupas usadas para ela e seus irmãos usarem. A família era simples e eles precisavam aproveitar as doações que chegavam. Quando as roupas não serviam, a saudosa dona Maria passava para frente, encaminhando assim os donativos para que outros necessitados pudessem usufruir.

“A gente veio de família muito humilde, mas minha mãe era uma pessoa fantástica, muito caprichosa. Tudo que ela pegava, ela transformava em algo melhor”, recorda a diarista emocionada.

Levando esse espírito de amor ao próximo como legado, não foi surpresa para ninguém quando Maria Zelinda decidiu colocar uma mesa repleta de doações em plena calçada de sua casa, localizada em uma das principais vias do bairro Planalto do Sol II, na Zona Leste de Santa Bárbara d’Oeste, a Avenida Alonso Keese Dodson.

Ao contar a ideia para a filha Rafaela, a moça escreveu um cartaz para pregar ao lado da mesa solidária com os seguintes dizeres: “Se precisar, pegue, e se puder, doe!”. Nascia assim uma ação que já dura seis meses e que não tem data para acabar.

“Enquanto Deus nos der forças, estaremos aqui”, pontua ela, que hoje conta com a ajuda de várias pessoas, entre elas duas vizinhas muito dedicadas. “Brinco que somos sócias”, diz Maria Zelinda.

As andorinhas

Assim sendo, mesmo com dois trabalhos, a artesã e ajudante de pedreiro Diva dos Santos Oliveira, de 53 anos, sempre encontra um tempinho para se dedicar à iniciativa. “Eu via o esforço da Maria Zelinda, e como sempre gostei de ajudar também, decidi colaborar”.

Já para a dona de casa Elza Passarini Arruda, de 67 anos, além de auxiliar os mais necessitados, essa foi uma maneira de fortalecer os vínculos de amizade.

“Quando a mesa começou era inverno, aí veio um colocou um calçado, outro uma blusa, e assim foram aumentando as doações. Achei tudo isso maravilhoso e espero que possa inspirar outras pessoas, em outros lugares, a fazerem o mesmo”, pontua ela, que hoje utiliza algumas doações para enviar a famílias necessitadas de Minas Gerais.

Segundo Maria Zelinda, desde que começaram nunca faltaram peças, apesar de algumas vezes diminuir em ocasiões pontuais. “Aqui é livre, a gente não olha o que ninguém está levando. As pessoas buscam, trazem. É a semana inteira, dia e noite, gente trazendo e gente levando. Esses dias encostou um caminhão e deixou oito sacos de 60 litros de roupa. A gente só pede para que as pessoas não levem tudo, não é por nada, mas é para dividir com mais pessoas”, alerta.

Acumulando histórias, como de uma mãe solteira que desde que a mesa começou nunca mais comprou roupas, ou a de uma mulher que pega para enviar para o Vale do Jequitinhonha, o que mais anima o trio é poder sentir a gratidão das pessoas. “Ficamos felizes em ver a felicidade das pessoas, então, quem precisar, é só chegar e pegar”, finalizam.

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