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Americana

Transformando realidades, ONG começa atuar em Americana no final deste mês

Organização com mais de 25 anos de existência chega na cidade para fazer trabalho de acolhimento a crianças e adolescentes

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14 de fevereiro de 2022, às 07h38

A história da ONG “Operação Resgate – Crianças e Adolescentes” começou na África, contudo, chegou à cidade de Americana por intermédio da psicóloga e enfermeira Raquel Mendes Nogueira, de 40 anos.

Divorciada, mãe de dois filhos, a profissional de saúde poderia fazer como a maioria e olhar apenas para os próprios problemas, porém esse com certeza não é o perfil dela, que já foi voluntária na Cracolândia, Praça da Sé e em tantos outros projetos sociais.

A presidente da ONG, Raquel, entre o filho Gustavo e a namorada dele, Fernanda – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

De acordo com a profissional de saúde, ela decidiu fazer parte da ONG (Organização Não Governamental) porque conhece o casal de fundadores desde a infância e acompanha o trabalho deles cuja atuação já tem mais de 25 anos.

“Eles começaram na África e lá a atuação é mais voltada para a parte de orfanato e fortalecimento de vínculos. Curiosamente, as crianças da primeira ação implementada há mais de duas décadas hoje cresceram, se desenvolveram e já estão ajudando em outras frentes e assumindo novas unidades da operação”.

Atualmente, além de Etiópia, Moçambique e Índia, a cidade de Patos, localizada no sertão paraibano, possui uma unidade da Operação Resgate.

Aliás, foi em Patos que Raquel sentiu despertar o desejo de fundar uma outra unidade. Ela conta que após uma visita à cidade, observando de perto a realidade do local, entendeu a importância da proposta da ONG.

“A partir dali, comecei a ver o mundo de outra maneira e assim passei a entender efetivamente a importância desse projeto, no sentido de resgatar, de fazer essas crianças entenderem que elas podem ir além, que têm o direito de sonhar com uma nova realidade”, pontua.

Vinda para Americana

A princípio a unidade da Operação Resgate comandada por Raquel seria em São Paulo, sua cidade de origem. Contudo, após uma proposta de emprego, ela veio para Americana em 2019.

Quando estava se estabelecendo, estourou a pandemia e por ser profissional de saúde precisou se dedicar com maior afinco à profissão. “O cuidar está no meu sangue, e é isto que me move”, declara.

Raquel Mendes Nogueira é idealizadora do projeto na cidade – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Em março do ano passado, após muita pesquisa e algumas dificuldades, ela, que acredita que tudo tem o tempo certo para acontecer, concluiu que o Parque da Liberdade era o local ideal para instalar o projeto, pois atenderia uma das comunidades mais carentes da cidade: o Zincão. De acordo com uma pesquisa realizada por Raquel e sua equipe, a estimativa é de que haja cerca de 700 crianças no local.

Segundo ela, que agora atende oficialmente como presidente da Operação Resgate de Americana, a proposta do projeto é oferecer suporte para 50 crianças, entre 5 e 12 anos, sendo que duas das exigências para fazer parte são: que a criança não esteja inscrita em nenhum outro projeto social que atenda a região e que ela esteja matriculada na escola.

“Vamos trabalhar com a questão do reforço escolar, porque uma das coisas que notamos é a questão do analfabetismo funcional”, comenta.

Prevista para iniciar até o final desse mês, a Operação funcionará em dois períodos e contará com a colaboração de voluntários e funcionários.

“Claro que gosto muito do voluntariado, mas sei que às vezes acaba sendo temporário, então, não quero frustrar mais uma vez essas crianças que já sofreram outros tipos de abandonos, assim como também não desejo decepcionar as famílias que vão depositar suas expectativas em nós”, explica.

Em busca de parcerias, a presidente procurou faculdades da região para tentar fazer uma colaboração mútua. “A gente disponibiliza o campo de estágio e eles os alunos de pedagogia, psicologia, assistência social e educação física, as principais frentes que vamos trabalhar”.

Por enquanto, uma profissional contratada está garantida: a cozinheira que fará as quatro refeições diárias servidas pelo projeto.

Exemplo, arrasta

Filho primogênito de Raquel, o jovem Gustavo Nogueira, de apenas 19 anos, já tem noção da importância de trabalhos como o da mãe. Por essa razão, segue seus passos, não apenas na profissão – está cursando psicologia – como na preocupação com o próximo.

“Minha mãe é um exemplo para mim. A forma como ela gosta de cuidar, me faz também querer fazer algo que vai tocar alguém. Eu acredito que se nosso trabalho mudar a vida de meia dúzia de crianças já é algo muito grande. São seis vidas que estarão salvas, então, admiro muito o trabalho que ela faz e a pessoa que ela é”.

E se Raquel inspirou o filho, o jovem acabou influenciando a namorada. Fernanda Rodrigues, de 20 anos, estudante de enfermagem, conta que sempre desejou fazer trabalho voluntário, por isso também vestiu a camisa do Operação Resgate, mesmo morando em São Paulo. “Quando ela falou que abriria em Americana, eu topei na hora, então mesmo à distância tento contribuir”.

Quem quiser saber mais sobre o projeto, o Instagram é @operacaoresgateamericana.

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