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Histórias do Coração

Daniela e Rodrigo

Frequentemente, ao escutar as histórias de amor, me deparo com momentos como este: o dia em que a moça não queria sair de casa, mas as amigas insistiram

Por Carla Moro

25 de julho de 2021, às 09h26

Casamento em 11 de maio de 2019 - Foto: Arquivo Pessoal

A Faculdade de Odontologia de Piracicaba foi fundada em 1955. Em 1967, foi incorporada à Unicamp. Nessa época, o casal da nossa história ainda não havia nem nascido. A Daniela chegou à faculdade em 2004, e o Rodrigo era seu veterano. Das inúmeras histórias de amor que possivelmente começaram nos corredores da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, nenhuma delas foi a história da Daniela e do Rodrigo. Esse casal ainda demoraria 7 anos para ficar junto.

A Daniela é uma mulher de sorriso largo e que me conta que o Rodrigo é a pessoa mais inteligente que ela conhece e o melhor dentista. Coincidentemente, o Rodrigo me diz as mesmas coisas sobre a Daniela. Não é possível amar sem admirar, mas a admiração não é espelho, frequentemente amamos no outro aquilo que não enxergamos em nós.

Embora parceiros de profissão, foi na diferença que cresceram como casal. Com a independência do Rodrigo e sua habilidade para ficar sozinho, a Daniela aprendeu que saber estar consigo mesma também era importante. É preciso estar inteira antes de aprender a dividir. Em 2011, em um churrasco de ex-alunos da Faculdade de Odontologia, fazia 7 anos que a Daniela e o Rodrigo não se viam, sequer sabiam um do outro.

Frequentemente, ao escutar as histórias de amor, me deparo com momentos como este: o dia em que a moça não queria sair de casa, mas as amigas insistiram, ou a companhia para a festa que acabou cancelando e o moço foi sozinho, o que permitiu que um novo casal se formasse. Não importa quais foram os motivos que levaram a Daniela e o Rodrigo a estarem sozinhos no mesmo lugar 7 anos depois de terem se conhecido, o que importava era estar.

Nesse dia, o Rodrigo achou que deveria pedir desculpas à Daniela. Um pedido que demorou 7 anos para acontecer. Ele também pediu o telefone dela e, na semana seguinte, já estavam juntos. Em 2004, no primeiro ano de faculdade da Daniela, o Rodrigo ia fazer uma festa no sítio do avô. Lá, eles ficariam juntos pela primeira vez.

Comecei essa coluna contando que essa história de amor não tinha nascido nos corredores da faculdade. O Rodrigo deixou bem claro que não queria nada sério e, na segunda festa, depois daquela no sítio do avô, a Daniela viu o moço junto com outra menina. Nunca mais se falaram: namoraram outras pessoas, viveram outras histórias, se formaram, até se reencontrarem naquele churrasco de ex-alunos.

O pedido de desculpas, ainda que um pouco atrasado, foi o começo. A admiração mútua foi o caminho. Tornaram-se sócios seis meses depois de começarem a namorar, mas a Daniela, por não estar muito certa de que o Rodrigo queria as mesmas coisas que ela, terminou o relacionamento, e o casal, embora fossem bons colegas de trabalho, ficariam um ano e meio separados.

Para o amor, desconfio, o tempo corre diferente. Há aqueles que esperam muito tempo, há aqueles que nunca esperaram. A contagem em anos, ou em horas, é mera convenção. Um convite do Rodrigo para um happy hour depois de um ano e meio separados mostrou que o amor é paciente e não reconhece nenhum outro caminho, que não o do encontro. Encontraram-se, assim, mais uma vez, para então não se desencontrarem nunca mais.

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com