Carnaval
Presidente da subsede da Mancha Verde em Americana conta rotina de preparação
Carnavalescos da região vivem dia a dia das escolas de samba tradicionais, ajudando até na montagem dos carros alegóricos
Por Débora de Souza
23 de fevereiro de 2020, às 10h34
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Para fazer uns dos maiores Carnavais do Brasil é preciso muita dedicação. Todos os anos, Anderson Rodrigues, presidente da subsede da Mancha Verde de Americana, recruta, em média, cerca de 30 foliões das cidades de Americana e Piracicaba. A turma faz parte do Departamento de Alegorias e é responsável pelo carro abre-alas da escola campeã do Carnaval 2019.
“A gente faz toda a ‘base’ do carro abre-alas. A gente guia a alegoria pela avenida, cuida de toda a manutenção, fica atento com o relógio para não adiantar ou atrasar a escola”, conta.
A escola desfilou na madrugada de sábado, às 2h15. A concentração teve início às 16h. “A gente carrega fantasia, organiza o pessoal, dorme dentro do carro abre-alas, come mal, abre mão de ficar com a família para seguir uma paixão, e tudo isso vale a pena”, afirma Rodrigues.
Os ensaios técnicos começam ainda em novembro, primeiro na quadra da escola e depois no sambódromo. A americanense Andreia Caminoto Barros explica que há datas chaves em que a presença dos componentes é obrigatória. “Tivemos um ensaio no dia do meu aniversário. Pessoal do trabalho estava se organizando para comemorar a data, mas eu não podia faltar. Então, enchemos uma vã e festejamos na avenida”, ri ela.
À medida que o dia do desfile se aproxima, a rotina de exercícios e alimentação também muda. “A escola tem uma hora de desfile, mas cada ala tem 20 minutos para atravessar a avenida. São 20 minutos intensos, cantando e dançando. Joelhos e pernas devem estar preparados”, afirma Andreia.
É proibido que os componentes levem máquinas fotográficas e aparelho celular para o desfile. Adereços que não fazem parte da fantasia como presilha de cabelo, mochila, pochete e outros também são vetados. E nas “pontas” da ala, onde há visibilidade, só vão aqueles que participaram dos ensaios
(os demais são posicionados no meio da ala).
Apesar das exigências, quem participa garante ser uma experiência “única e prazerosa”. “A responsabilidade agora é maior, diferente de quando você vai só para o ensaio. Você se diverte, mas agora a escola depende de você, é preciso que você se dedique e vamos dar o sangue lá”, diz Andrea Elias Dollo que, após dois anos “ensaiando” em outras agremiações, desfilou pela primeira vez pela Dragões da Real.