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Turismo

Itacaré: turismo de isolamento

Itacaré permanece fechada ao turismo, mas é uma boa dica para quem busca local sem aglomerações

Por Mônica Nobrega / Agência Estado

11 de agosto de 2020, às 16h28

Em janeiro deste 2020, terminado o recesso de fim de ano, comecei a planejar uma Páscoa na praia. Eu queria muito experimentar a tranquilidade da Ilha do Cardoso, no litoral sul de São Paulo. Tinha uma boa indicação de pousada, sabia que na ilha é possível alugar bicicletas para pedalar por mais de 10 quilômetros de faixa de areia firme sem encontrar quase ninguém, que a comida é caseira. Que as noites são silenciosas, mas que há um forró no Marujá, o centrinho da ilha.

E aí veio a pandemia, que ainda é presente, mas também já é história.

Itacaré tem cerca de 15 praias e mais da metade delas é acessível por trilhas que partem da rodovia, mas são inviáveis para carros – Foto: Divulgação

Todo mundo que produz informações sobre turismo com seriedade, de forma profissional e comprometida com o bem-estar dos viajantes e das populações locais, a essa altura está convencido de três evidências. A primeira é que ainda não é hora de viajar a passeio. A segunda: quando a covid-19 começar a dar sinais consistentes de queda em novas contaminações e mortes, vamos voltar a viajar de forma gradual.

Um estudo do impacto do novo coronavírus no turismo brasileiro divulgado pela Fundação Getúlio Vargas no começo de junho apontou que, para um período total de crise de cinco meses (ou seja, onde estamos agora, sem sinais de melhora), as viagens internacionais devem levar até dois anos para voltar ao patamar do começo de 2019. As nacionais, até um ano.

A terceira evidência é a de que a retomada será por meio do que muita gente está chamando de turismo de isolamento. Sem aglomerações e ao ar livre. Por exemplo, a Ilha do Cardoso.

Itacaré tem cerca de 15 praias e mais da metade delas é acessível por trilhas que partem da rodovia, mas são inviáveis para carros. Assim, mesmo no verão, se você escapa do centro da cidade consegue curtir sol e mar com pouquíssima gente à vista. Às vezes, e dependendo da época do ano, sem ninguém por perto, como foi o meu caso na praia de Itacarezinho, que no geral tem um mar mais batido, com ondas médias a fortes, talvez você veja alguns poucos surfistas.

Em Itacarezinho, é possível ver ninhos de tartarugas-marinhas e o nascimento dos filhotinhos, aproximadamente entre novembro e maio. E pouca coisa mais, além de mata, areia e mar. Não surgem vendedores. Caminhando para o sul, chega-se à foz do Rio Tijuípe Entre ida e volta, anda-se mais de 10 quilômetros.

Toda essa quietude agora dá agonia diante da vontade de aglomerar (né, minha filha?, diz o meme mais famoso da pandemia), de encontrar amigos, abraçar a família, conhecer gente nova. Mas também dá segurança sanitária. O isolamento vai continuar sendo nosso amigo por algum tempo ainda, e o que estou aqui tentando fazer é lembrar você de que ele pode ser muito gostoso.

JÁ DÁ PARA VISITAR?
Ainda não. Itacaré permanece fechada ao turismo ao menos até o dia 14 de agosto quando, de acordo com anúncio da prefeitura, começa uma reabertura orientada por protocolos sanitários. Os estabelecimentos devem solicitar uma certificação, chamada de Selo Turismo Seguro Itacaré, que demanda uma vistoria prévia.

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