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PAIS E FILHOS

10 dicas para identificar bullying e cyberbullying com crianças e adolescentes

Isolamento social, angústia ao ir à escola, depressão e ansiedade podem ser sinais de bullying

Por Redação

26 de fevereiro de 2024, às 07h50

O bullying e o cyberbullying são fontes de angústia e depressão - Foto: Adobe Stock

Fevereiro marca o retorno às salas de aulas em todo o país. Para alguns, é um dos momentos mais aguardados, porém para outros, pode ser fonte de grande angústia e depressão. Tanto pais como educadores devem estar atentos a sinais essenciais para identificar a ocorrência de bullying e de cyberbullying.

As escolas devem promover um ambiente seguro e inclusivo, onde os alunos possam se sentir à vontade para relatar qualquer episódio de bullying ou cyberbullying, permitindo a escola tomar medidas imediatamente. Manter uma comunicação aberta com os pais também é fundamental ao longo de todo o processo.

Muitos dos casos de bullying e cyberbullying acontecem em tom de brincadeira, mas é importante entender que não é “apenas” uma diversão. Se causa sofrimento ou vergonha, não é algo natural e deve ser evitado.

“Dar apelidos, fazer brincadeiras que rebaixem o indivíduo em sua etnia, religião, deficiência e aparência física, orientação sexual ou classe social de forma discriminatória agora é crime, não é só uma brincadeirinha não intencional”, comenta Douglas Gonzalez, coordenador de advocacy e relações institucionais do ChildFund Brasil, organização que há 57 anos atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Nova legislação ampliou punição para crimes contra público infantojuvenil

Segundo um estudo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sobre os resultados das quatro versões da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), cerca de 40% dos estudantes entrevistados admitiram ter sofrido bullying na escola. Ainda conforme a pesquisa, 24,1% dos alunos também declararam aos pesquisadores sentirem que “a vida não vale a pena”, após terem sido vítimas do ato.

“O bullying é um problema maior ainda se a estrutura familiar for precária, sem apoio emocional para esta criança, que poderá crescer com muitas sequelas gravíssimas, que levam um longo período para serem tratadas e que atingem a autoestima dessa criança, arrastando-se para idade adulta, principalmente, se não for abordada durante a infância com a ajuda de especialistas”, complementa Gonzalez.

Em janeiro, foi sancionada a Lei 14.811/2024, que inclui os crimes de bullying e cyberbullying no Código Penal e institui a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, ampliando a punição de crimes cometidos contra o público infantojuvenil.

A lei também inclui na lista de crimes hediondos o induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação realizados por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitidos em tempo real, o sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 anos e o tráfico de crianças e adolescentes.

Nestes crimes, não há a possibilidade de pagamento de fiança, indulto, liberdade provisória. A progressão da pena acontece de forma mais lenta, trazendo ainda mais segurança jurídica para combater os crimes contra crianças e adolescentes.

Qual a diferença entre bullying e cyberbullying?

Uma prática intencional e recorrente de ameaçar, agredir ou intimidar uma pessoa, o bullying gera uma ação de violência repetida contra a criança ou o adolescente. O que difere é apenas o ambiente em que ocorre as agressões. O bullying ocorre, geralmente, no ambiente escolar. Já o cyberbullying é realizado por meio da internet, envolvendo o uso de jogos on-line, redes sociais, WhatsApp, e-mails ou outros meios que possam ridicularizar, difamar, excluir, cancelar, assediar, perseguir e/ou intimidar a vítima.

Como agir para proteger as crianças e os adolescentes?

O primeiro passo é dialogar com a criança ou o adolescente, ou procurar a entidade escolar para entender uma mudança de comportamento repentina. Alguns dos sintomas mais comuns para quem sofre bullying ou cyberbullying são: falta de apetite, alterações no sono, mudanças de humor, isolamento social, queda do desempenho escolar, falta de vontade ou pânico ao ir à escola e não utilizar mais celulares ou computadores.

“É necessário que os pais e a entidade escolar estejam sempre atentos às mudanças de comportamentos de quem sofre bullying, seja no mundo real ou no virtual. O diálogo, em um espaço seguro, onde não ocorra vitimização, julgamento e menosprezo da vítima, é essencial para evitar que esta criança ou adolescente desenvolva um trauma psicoemocional e o carregue consigo para a vida adulta de forma consciente ou não”, comenta Mauricio Cunha, diretor de país do ChildFund Brasil.

Saiba identificar o bullying

Identificar o bullying pode ser desafiador, pois muitas vezes acontece de forma sutil ou em locais onde a supervisão é limitada. No entanto, existem alguns sinais comuns que podem indicar que a criança ou adolescente está sofrendo bullying ou cyberbullying. Abaixo, seguem 10 dicas para ajudar a identificá-los:

  • Mudanças repentinas no comportamento, como isolamento, tristeza, ansiedade ou agressividade;
  • Queda no desempenho escolar, falta de interesse na escola ou em atividades extracurriculares;
  • Queixas frequentes de dores de cabeça, dores de estômago ou outros problemas sem causa aparente;
  • Dificuldades para dormir, pesadelos frequentes, mudanças nos hábitos alimentares, perda ou ganho de peso;
  • Roupas, materiais escolares ou pertences pessoais danificados, perdidos ou roubados;
  • Comportamento de evitar lugares ou pessoas, especialmente colegas de classe;
  • Expressões de medo ao mencionar a escola, o ônibus escolar ou outros contextos sociais;
  • Dificuldade em fazer amigos ou manter relacionamentos interpessoais;
  • Comportamento negativo ou hostil nas redes sociais;
  • Comentários indiretos como “ninguém gosta de mim” ou “não aguento mais”. A vítima pode, em alguns casos, expressar diretamente que está sendo alvo de bullying ou cyberbullying.

Se suspeitar que alguém está sendo vítima de bullying ou cyberbullying, é importante abordar a situação com empatia e procurar ajuda de professores, pais ou autoridades escolares e psicólogos. O diálogo aberto e seguro, e o suporte são cruciais para lidar eficazmente com o este problema.

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