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Esporte

Campeão olímpico em Atenas-2004, Gustavo Endres treina o próprio filho no vôlei

Por Agência Estado

08 de dezembro de 2021, às 17h00 • Última atualização em 08 de dezembro de 2021, às 18h03

Gustavo Endres jamais imaginou que pudesse passar seus conhecimentos de quadra no vôlei para jovens talentos, muito menos para seu próprio filho. Mas é exatamente isso que o destino lhe reservou após brilhou nas quadras como jogador. Foi campeão olímpico em Atenas-2004, prata na edição seguinte em Pequim, é bicampeão mundial e tem inúmeros títulos na carreira. Desde que se aposentou, vem se preparando para ser técnico e participou no último fim de semana da Superliga C comandando o APAV/Marítimo, de Canoas (RS). Não conseguiu o acesso neste ano, mas está lapidando jogadores jovens, incluindo seu filho Enzo, que atua na equipe.

“A minha expectativa como treinador do Apav é me autoavaliar como integrante de uma comissão técnica. A experiência tem sido gratificante”, diz Gustavo. “Cada dia é um aprendizado, algo novo acontece e me deixa contente. Me sinto honrado em contribuir para melhorar a condição de cada um do time. Incrementar a performance deles é meu objetivo.”

Gustavo diz que a meta da equipe é desenvolver o vôlei gaúcho, principalmente a “gurizada” da base, que termina o ensino médio e não tem tantas oportunidades. “Selecionamos estes atletas e estamos trabalhando para melhorar a técnica e a tática de cada um deles. Mostrando como funciona uma equipe profissional, um jogo de alto rendimento e um atleta”, explica.

O Apav foi o primeiro campeão da Superliga B. Isso foi em 2012. Jogou alguns anos na Superliga principal, mas caiu e agora busca investimento para manter o projeto. “Em aproximadamente um mês e meio de trabalho, já conseguimos apresentar um bom trabalho. Precisamos de mais treino para brigar de igual para igual com as demais equipes”, diz Gustavo.

HERDEIROS – Gaúcho de Passo Fundo e com 46 anos, Gustavo não esconde a alegria de ver os filhos na quadra. O mais velho é Erick, com quem já havia trabalhado em Canoas, em 2019, quando ainda não era treinador. O mais novo é Enzo, que está agora sob seu comando.

“Treinar meu filho caçula, e em uma equipe adulta, é uma baita experiência. Qualquer pai gostaria de ter essa experiência. Com o Erick eu ainda não era técnico, já tinha o curso nível 3, mas estava observando ainda, ajudando em quadra. Dava uns toques, ajustava algumas coisas. Com o Enzo é diferente. Eu sou o treinador dele e cobro muito, principalmente postura e comprometimento. E ele tem isso, tem muita vontade, às vezes preciso frear um pouco o ímpeto dele.”

Enzo é oposto – principal atacante do time. Tem 1,96m. Aos 18 anos, participou de uma competição tendo o pai como técnico e entende muito bem a importância disso. “Ser treinado pelo meu pai é uma das maiores honras que poderia ter na vida. Além da vasta experiência que ele tem, pode passar muitas informações e dicas de sua vivência. E, sendo meu pai, temos um relacionamento bom, próximo. Ele me entende como pessoa, pois somos bem parecidos, isso faz com que ele saiba como tirar o melhor de mim”, conta.

O garoto diz não sentir tanta pressão de ter o pai como técnico, como Bernardinho e Bruno, por exemplo. “Eu sei tudo que o meu pai fez pelo vôlei, o tamanho da importância dele. Então, quando estou em quadra, quem está jogando, quem está treinando, é o Enzo. O Gustavo e o Enzo são dois indivíduos diferentes. Sei que as comparações são inevitáveis, mas entro em quadra para escrever a minha própria história, fazer tudo do melhor jeito que puder.”

Claro que Enzo tem seus sonhos e espera um dia ter grandes conquistas. De uma coisa ele tem certeza: terá trabalho para ter uma carreira mais vitoriosa do que a de seu pai. “Meus objetivos convergem para ir o mais longe possível. Claro que tenho vontade de superar o que ele fez, mas sei que é uma missão difícil, já que foi um atleta de muitas conquistas. É um baita desafio, mas é algo de que tenho vontade”, avisa.

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