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Falta de impacto de 'Renascer' explicita desgaste de onda de remakes da Globo

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Falta de impacto de 'Renascer' explicita desgaste de onda de remakes da Globo

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Cultura

Falta de impacto de ‘Renascer’ explicita desgaste de onda de remakes da Globo

Certos de que o novo remake teria a mesma boa recepção de público, os executivos parecem ter esquecido ou ignorado a relação de altos e baixos da Globo com o autor

Por Tv Press

03 de setembro de 2024, às 13h32

A emissora viu “Renascer” perder força ao longo da exibição e acabou sem impacto e sem repercussão - Foto: Divulgação

Até a estreia de “Pantanal”, em 2022, a faixa das nove era a única que não tinha sido atingida pela onda revisionista da Globo. O êxito da trama rural, originalmente exibida pela extinta Manchete no início dos anos 1990, abriu os olhos dos executivos da emissora sobre a possibilidade de revisitar os grandes sucessos de sua história em uma roupagem atraente para os olhos atuais.

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Apesar da boa audiência, ao assumir o remake, Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa, foi duramente criticado pelo mero trabalho de copia e cola feito na produção, cujo o texto da adaptação não ajustou nem ao menos os furos do roteiro e as licenças poéticas motivadas por problemas de bastidores da obra original. O passo seguinte do revisionismo da Globo foi beber na mesma fonte de Barbosa e entregar ao público uma nova versão de “Renascer”, clássico de 1993.

Certos de que o novo remake teria a mesma boa recepção de público, os executivos parecem ter esquecido ou ignorado a relação de altos e baixos da Globo com o autor. Pouco antes de assinar com a Manchete, Barbosa estava descontente com a falta de prestígio que não o deixava desenvolver produções mais ousadas para a antiga faixa das oito. Por isso, ele decidiu sair da emissora.

O sucesso retumbante de “Pantanal” fez a Globo reconhecer o valor do novelista e o contratar novamente com status de astro, usufruindo de liberdade artística e orçamento robusto para desenvolver “Renascer”. Apesar de trocar o Centro-Oeste do país pelo Sul da Bahia, o eixo-central da narrativa de ambas as tramas é praticamente o mesmo: a difícil relação entre pai e filhos e a complexa questão agrária, uma marca da assinatura de Barbosa.

Revisitar “Renascer” alguns meses depois da exibição de “Pantanal” foi uma tática fácil e preguiçosa da Globo. Ainda mais quando se leva em consideração a estética proposta pela direção de Gustavo Fernandez. Apesar de ser um dos mais talentosos do esvaziado quadro atual da emissora, o diretor utiliza praticamente a mesma estética carregada de tons pastéis nos dois remakes.

Para intensificar a sensação de déjà vu, ambas as obras são protagonizadas por Marcos Palmeira. Sem contar com o desgaste do público com a temática rural – ampliado ainda pela insossa “Terra e Paixão”, de Walcyr Carrasco, que foi exibida entre as duas produções –, a emissora viu “Renascer” perder força ao longo da exibição e o que era para ser a celebração de uma das novelas mais icônicas da história da teledramaturgia, acabou sem impacto e sem repercussão.

“Renascer” – Globo – de segunda a sábado, às 21h.

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