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Dia do Imigrante

Duas épocas marcam onda imigratória

Fuga de crise e de guerra influenciaram construção de patrimônio cultural italiano na região a partir do final do século 19

Por Rodrigo Pereira

02 de junho de 2019, às 08h39

Enquanto a gastronomia italiana chegou na região com a segunda grande imigração do país para o Brasil, entre 1860 e 1870, após uma crise causada pela unificação dos principados da federação europeia, a vinda de artistas de destaque, que deixaram seus legados em obras dispostas em cemitérios e igrejas, ocorreu posteriormente, durante a Segunda Guerra Mundial. A explicação é do historiador Antonio Carlos Angolini.

Diferente dos estadunidenses, outro povo que tem grande contribuição na miscigenação populacional da RPT (Região do Polo Têxtil), o primeiro grande deslocamento dos italianos para o território sul-americano se deu em uma situação de penúria financeira.

Foto: Arquivo / Biblioteca Nacional
Imagem de família imigrante retirada do livro italiano “Emigrazione Dal Venete Orientale Tra 800 e 900”, do historiador Ugo Perissinotto

“Vieram fugindo de uma situação caótica. O país lá passava por uma reestruturação. Todas as famílias que não tinham propriedades passavam por dificuldades. Patrões tiveram que dispensar todo mundo. A Itália vivia como se fossem principados isolados. Entre 1860 e 1870 houve a unificação do país, uma nova organização. Essa mudança fez com que a economia ruísse naquele momento”, contextualiza.

Nesta condição de austeridade, ele aponta uma das explicações para o estabelecimento da gastronomia como um dos principais símbolos herdados.

“O que marca a imigração italiana para o Brasil, principalmente, é a comida, porque o italiano não veio com muito dinheiro. Então, é a lasanha, a pizza, a macarronada no domingo”, enumera.

Já entre os anos 1930 a 1940, o êxodo ocorre influenciado pelo medo da Segunda Guerra. “Vieram grandes artistas. Você vê as obras de artes nos cemitérios. Os italianos faziam obras de artes atendendo o Conde Matarazzo, em São Paulo. Vieram muitos da música, da pintura”, explica.

A religiosidade católica também foi outra marca forte desta população, conta o historiador. Tal característica também destoa da influência dos norte-americanos, que em sua maioria eram protestantes. “O italiano era mais católico e fundava comunidades em torno de igrejas”, completa.

Celebrações eram mais intensas pela região

As programações de celebração do Dia do Imigrante Italiano, no dia 2 de junho, já foram mais intensas na região. Em 2008, Americana recebeu uma Festa Italiana no Teatro Municipal Lulu Benencase.

Em Santa Bárbara d’Oeste, no mesmo ano, as festividades envolveram até o show da cantora italiana Mafalda Minozzi, além de apresentação do Coral Ítalo-Brasileiro de Americana, exibição de filmes italianos e exposição com a temática. Em anos seguintes, novas sessões de cinema e debates sobre a história da imigração foram realizadas na RPT.

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