Diogo Vilela planejou um 2020 bem agitado. Além dos recorrentes planos no teatro, ele arquitetava um retorno duplo à Globo: como integrante do “Show dos Famosos”, quadro do “Domingão do Faustão”, onde celebridades prestam tributos a grandes astros da música, e como parte do elenco da nova temporada do “Zorra”.

A pandemia de coronavírus, entretanto, acabou atropelando os projetos do ator, que teve de se adaptar a um novo modo de se fazer televisão em tempos de quarentena. “O quadro foi cancelado, mas a temporada do ‘Zorra’ começou a ser repensada para ser feita de forma remota. Com cinco décadas de carreira nas costas, me sinto um iniciante tendo de fazer tudo de casa onde, além de atuar, cuidava de todos os detalhes técnicos. Foi um grande aprendizado”, detalha.

Natural do Rio de Janeiro, Diogo tinha apenas 12 anos quando estreou na tevê em “A Ponte dos Suspiros”, de 1969. Após uma boa transição para papéis adultos, alternou personagens de destaque em novelas e séries da Globo. Cheio de autonomia, a partir dos anos 2000, se distanciou dos folhetins para focar em projetos mais curtos, tudo para não atrapalhar a premiada carreira que construiu no teatro.

“Atuar para mim é um prazer e novelas são exaustivas. Fiz muitas e fui bem feliz em algumas delas. Só que, depois de um tempo, a gente precisa ter certeza que está em um projeto bom e as séries começaram a me parecer mais atraentes”, assume Diogo, cujo o último grande sucesso na tevê foi “Toma Lá, Dá Cá”, humorístico que vem sendo reprisado nas tardes de sábado da Globo e é até hoje uma das grandes audiências do canal pago Viva. “O seriado era uma grande reunião de amigos. Acho que isso explica o carinho incessante do público”, valoriza.

Você fez parte de humorísticos clássicos da Globo, como “TV Pirata” e “Toma Lá, Dá Cá”, ao longo da carreira. O que o instigou a voltar à comédia no “Zorra”?

Gosto muito da proposta do programa. É claro que rola um estranhamento por se tratar de uma produção que já está há muito tempo no ar, feita por um time que já se conhece bastante. No mais, entrei para somar e mergulhei nos textos e no humor de situação e rápido que dá o tom do “Zorra”.

Foi bem recebido pela equipe?

Melhor recepção, impossível! Fiquei muito impressionado como todo o elenco é unido e confiante no trabalho um do outro. Para mim, é essa união que faz o programa ser muito especial. Eu nunca vi algo parecido em toda a minha carreira, e fazer parte do grupo é uma grande honra.

As gravações estavam em ritmo intenso quando a quarentena paralisou os Estúdios Globo. Como foi fazer o resto da temporada de forma remota?

Um grande aprendizado. O esquema de gravações remotas foi instigante, pois é muita novidade junta. Em um estúdio, a gente vê que existe uma equipe por trás das câmeras que é responsável por colocar o programa de pé. Em casa, com o kit de gravação enviado pela Globo, consigo ter mais noção do trabalho dessas pessoas nos bastidores e passei a dar mais valor esse “staff” técnico. Essa construção extremamente coletiva resultou em uma experiência muito valiosa.

Qual a importância de levar humor ao público em tempos de quarentena?

Para os atores é tudo muito significativo. A todo momento a gente buscou proporcionar alívio para as pessoas. Por mais que seja um alívio momentâneo, é muito necessário. Nos bastidores, o clima era ótimo também. O “Zorra” é uma excelente oportunidade para a gente rir de si mesmo e relaxar das pequenas tensões cotidianas.

Você estava escalado para o “Show dos Famosos”, quadro de talentos do “Domingão do Faustão” que acabou cancelado por causa do coronavírus. Sua presença na edição de 2021 está confirmada?

A estreia seria em abril, mas tudo parou em março. O elenco todo estava bem animado. Espero que a gente possa mostrar tudo o que foi idealizado para as apresentações de 2020 em 2021. Sei que é um quadro de alta complexidade e que envolve muitos profissionais na realização. Portanto, torço para que tudo volte ao normal logo.