Cultura
Alexandre Nero transita entre a comédia e o drama, em ‘No Rancho Fundo’
O ator embarcou no texto tragicômico de Mario Teixeira e, assim como no dia a dia, Nero acumulado risadas e lágrimas para viver o novíssimo personagem em cena
Por CAROLINE BORGES_TV PRESS
05 de maio de 2024, às 11h06
Link da matéria: https://liberal.com.br/cultura/alexandre-nero-transita-entre-a-comedia-e-o-drama-em-no-rancho-fundo-2166116/
Alexandre Nero tem um choque de realidade cada dia que entra nos estúdios de “No Rancho Fundo”, nova novela das seis da Globo. O ator, que vive o ingênuo Tico Leonel, embarcou no texto tragicômico de Mario Teixeira e, assim como no dia a dia, Nero acumulado risadas e lágrimas para viver o novíssimo personagem em cena.
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Nero tem encontrado parcerias frutíferas diante do vídeo. O ator tem uma série de elogios para Andréa Beltrão, que vive Zefa Leonel. “A Andrea é boleira. Então, acho que essa parceria é um golaço (risos). Ela é uma parceira que passa a bola redonda, eu tento devolver redonda. A gente não ocupa os mesmos espaços na área. Não ficamos dando cabeçada. Um privilégio estar ao lado dela”, valoriza.
Mas não é a só a veterana atriz que tem encantado Nero em cena. O ator também reserva alguns elogios para o elenco jovem do folhetim das seis. “Nunca tinha visto os protagonistas na tevê. Eles são incríveis. Como tem gente boa por aí. Eles têm timing de comédia e drama. Temos uma escalação muito boa nessa novela”, aponta.
Na novela, Tico Leonel é marido de Zefa. Matuto, ele é muito esperto, mas se mostrara ingênuo diante das malícias da cidade grande. Passa a se considerar o cérebro da família, mas, na verdade, se deixa levar facilmente pela primeira impressão. Quando deixarem o sertão rumo à cidade, se envolverá com quem não deve, colocando em risco a paz familiar. “Temos um bastidor muito animado nessa novela. Isso não se forja. Não tem fórmula de sucesso, mas temos indícios de que será um trabalho prazeroso e de sucesso do começo ao fim”, torce.
Inicialmente, você estava escalado para viver o vilão Quintino, que é interpretado por Eduardo Moscovis. Como o Tico Leonel chegou até você?
Tinham me oferecido o personagem do vilão. E eu tinha acabado de sair de um vilão das 18h. Falei com a direção que queria ir para outro lugar. Acabou que o Du (Eduardo Moscovis) pensou a mesma coisa. Ele também não estava se sentindo bem fazendo o mocinho e trocamos. Foi bom para todo mundo. O que faz a gente querer pegar um papel? Ir em busca de coisas diferentes.
No enredo, Tico Leonel é descrito como um homem ingênuo e amoroso. Como está sendo encarar esse tipo tão pacífico?
Tenho levado essa calma para casa. Quando a gente faz um personagem raivoso, traz junto essa raiva do set. De alguma forma, o corpo entende que eu estou levando isso pra casa. Então, no caso do Seu Tico, eu trago todo afeto e amor que tenho pelos meus filhos, pelos meus pais… De alguma forma, isso reflete no meu dia a dia.
Até o momento, como tem sido voltar ao horário das 18 horas?
Estou encantado, bem apaixonadinho pela novela e as pessoas, o texto do Mário e direção do Allan, que posso dizer que poucas vezes tive oportunidade de participar de trabalhos requintados. O Tico Leonel é apaixonante. Faz as pessoas rirem e chorarem. É um personagem com toques de Charlie Chaplin. Uma coisa meio menino abandonado, perdido. Tem uma criança ali. Não é uma metáfora. É real. Sinto como se eu tivesse 15 anos e apaixonado por uma menina.
Após alguns violões e personagens mais dramáticos no horário nobre, você estava com saudades de um projeto mais cômico?
Sim, amo comédia, sou facinho na comédia. A tevê que não me chamou muito para comédia, mas fiz comédia a minha vida toda. Estudei palhaçaria. A tevê que vai colocando a gente em lugares pré-determinados.
De que forma?
A tevê dividia muito esses espaços antigamente, né? Tínhamos os programas de humor e as novelas eram o drama. Então, essas novelas tinham o núcleo cômico. Novela contemporânea não tem mais isso. Ator tem de saber dançar todas as danças. Sempre acreditei nisso. As novelas estão abrindo esses espaços. A vida é engraçada e dramática.
Então a trama de “No Rancho Fundo” tem sido extremamente rica artisticamente para você…
A gente tem feito cenas que mesclam drama e humor e o grande barato é essa transição. E a gente está surfando nesta onda. Não tem nada mais delicioso para um ator. As pessoas podem esperar a melhor coisa de uma novela, que é se emocionar e se divertir. E a novela flerta com outros gêneros. Brincamos com farsesco, o burlesco, tem situações muito diferentes da tradicional novela. As pessoas vão se surpreender positivamente e não estou torcendo, estou apostando nisso.