Editorial
Vigilância necessária
Por Redação
06 de outubro de 2020, às 08h48
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/vigilancia-necessaria/
No ano passado, uma investigação da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) apontou que o Aeroporto Municipal de Americana era usado como um entreposto para o tráfico de drogas internacional. Logo após as revelações sobre o esquema, a vigilância no local voltou à pauta.
Reportagem do LIBERAL mostrou, por exemplo, que uma lei que poderia monitorar o tráfego no aeroporto existe na cidade, mas não era aplicada. O espaço, apesar de pertencer à prefeitura, não possui qualquer tipo de fiscalização sobre pousos e decolagens – em tese, não há nada na legislação que obrigue a administração a manter registros da movimentação.
Não por acaso, pela falta de controle, os aeroportos de pequeno porte, em cidades interioranas, são um ponto estratégico para o tráfico aéreo de drogas. Além de escaparem da fiscalização dos administradores, conseguem fugir ainda da própria polícia, que foca a vigilância pelas vias terrestres.
Pouco depois da repercussão das investigações, o prefeito Omar Najar (MDB) afirmou que o aeroporto passaria a contar com câmeras de segurança. Neste domingo, o LIBERAL mostrou que as câmeras foram instaladas em agosto e estão operantes. É uma medida importante, a qual é fundamental a integração com as forças de segurança. Ainda está pendente que a Gama, por exemplo, se utilize do monitoramento remoto.
Apesar da nova forma de vigilância, a fiscalização de pousos e decolagens, em tese, por mais complexa que seja, promoveria um cerco maior ao movimento no local. É algo que a administração deveria cogitar para ajudar no trabalho de evitar que os crimes perdurem por ali.
Em agosto, uma operação da Polícia Federal apreendeu aviões e helicópteros de uma organização criminosa que enviava toneladas de cocaína para a Europa. Dentre os presos, estava justamente um permissionário dos hangares do aeroporto de Americana.
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