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Uma foto, a usina e o antigo Causb
Por Celso Gagliardo
28 de março de 2024, às 11h06
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Domingueira de sol, pessoas chegando, bilheteria aberta, vendedores de pipoca e a bandeira azul, vermelha e branca indicavam que haveria futebol no gramado do Estádio Luizinho Alves, da Usina Santa Bárbara. A pioneira rádio Brasil se posicionava na cabine de madeira com o locutor Benão para a narração.
Lembrei-me desse cenário ao ver a foto triste que o Zé Renato Euphrásio, o Ju de família-raiz da usina, postou na rede social. O que restou do campo do Causb foi um alambrado enferrujado, mato e grama. Os equipamentos também feneceram, incluindo o templo católico, cinema, ambulatório e colônia de trabalhadores.
A Usina Santa Bárbara marcou uma geração. Muitos trabalharam ou tiveram parentes que trabalharam ou ali prestaram serviços. Ir a pé, de bicicleta, ou no ônibus do Vadô para a usina era um passeio entre lindos flamboyants. Outro registro é do cheiro de vinhoto (falavam melado) já na região do chamado Santão.
A empresa patrocinou o futebol no início dos anos 60. Foi ali que, garoto, comecei a ver jogos. O time começou forte na 3ª divisão do estado, e se tornou campeão no ano seguinte, ascendendo à 2ª Divisão. Quando o time adversário atacava ouviam-se gritos de desespero da torcida feminina atrás do gol do grandalhão Tito ou do fortinho Gilberto Muniz.
O Causb reuniu bons jogadores. Ancorado no excelente livro “A Memória do Futebol Barbarense” editado pelo J.J. Bellani e disponibilizado na internet pela Fundação Romi, podemos citar Natal Prando, Pote, Josué, Zé 21, Cabrito, Galo Claus, Mosquito, Nadico Galter, Enéas ponta esquerda, Nivaldo Surge, Lelé, Mauri, Oscarlina, Serelepe e tantos outros. Bateu uma certa nostalgia, reminiscências do que foi o Estádio Luizinho Alves, de memoráveis jornadas. E deu esta crônica de saudades.
Celso Gagliardo
profissional de recursos humanos
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