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Um passo de cada vez: a trajetória de Richarlison até a Copa do Mundo

Apesar de ser um nome importante na Seleção Brasileira há alguns anos, o Pombo só chegou agora aos holofotes mundiais

Por Lucas Ardito

26 de novembro de 2022, às 11h22 • Última atualização em 26 de novembro de 2022, às 11h25

Richarlison, enfim, está em uma Copa do Mundo. No mesmo ano em que estreou na Liga dos Campeões da Europa, o atacante fez sua primeira partida em um mundial – e com dois gols logo de cara. Apesar de ser um nome importante na Seleção Brasileira há alguns anos, o Pombo só chegou agora aos holofotes mundiais. Isso se deve à estratégia de carreira adotada por ele, que não pulou etapas em sua trajetória.

Nascido em Nova Venécia, no Espírito Santo, Richarlison não vem de um lugar de visibilidade no futebol, iniciando a carreira no Real Noroeste, de seu estado natal. De origem humilde e em busca de uma vida melhor, o atacante apostou todas as suas fichas no esporte.

Em 2015, conseguiu um teste para atuar nas categorias de base do América-MG e, mesmo tendo dinheiro apenas para a passagem de ida, foi rumo a Minas Gerais e por lá ficou. Em pouco tempo, o Pombo já estava integrado ao time profissional. Com a camisa do Coelho, Richarlison despontou no cenário nacional, disputando 24 jogos e marcando nove gols.

A ascensão meteórica chamou a atenção do Fluminense, que prontamente o contratou por R$ 9 milhões. Agora, enfim, Richarlison estava no eixo Rio-São Paulo, lugar ideal para um jovem atleta entrar na mira de times ao redor do mundo. No Tricolor das Laranjeiras, o atacante ficou por duas temporadas, tempo suficiente para despertar interesse de clubes europeus.

Um dos interessados era o Ajax, da Holanda, destino tradicional para jovens com potencial de evolução e que disputa a Liga dos Campeões. No entanto, o escolhido foi o Watford, da Inglaterra, clube promovido à primeira divisão alguns anos antes e de baixas perspectivas no cenário inglês.

No clube do condado de Hertfordshire, que possui a torcida ilustre do músico Elton John, Richarlison teria um grande desafio pela frente: se desenvolver em uma equipe irregular que lutaria contra o rebaixamento. Contudo, chegou ao Watford com status de grande contratação e para ter a visibilidade do campeonato mais assistido do mundo.

Em pouco mais de dois anos, Richarlison foi da indefinição sobre o futuro ao protagonismo na Inglaterra – Foto: Divulgação/Watford FC

Foi uma escolha arriscada, com diversos prós e contras, mas que deu certo. Bastou apenas uma temporada para que equipes maiores quisessem contratá-lo, caso do Everton. Mesmo na principal liga do planeta, Richarlison ainda estava longe de uma potência europeia, ou então de um clube com grandes aspirações.

Em uma equipe de meio de tabela, o atacante não demorou para se tornar o principal jogador do time. Pelos Toffees, o Pombo atuou nos últimos quatro anos e conquistou a idolatria da torcida, sendo peça fundamental na luta do Everton contra o rebaixamento na temporada passada. Um marco dessa campanha foi o gol da vitória contra o Chelsea, pela 35ª rodada — jogo importantíssimo para o futuro do clube.

Homem de confiança do técnico Tite na seleção brasileira e artilheiro na conquista do ouro olímpico em Tóquio, Richarlison precisava dar um passo adiante na Europa: o Everton já estava pequeno para ele. Assim, continuando sua carreira em solo inglês, fechou com o Tottenham de Antonio Conte, um dos melhores treinadores em atividade, em julho, e finalmente está em um clube com grandes pretensões. Sem pressa e cumprindo cada etapa, sem dar um passo maior que a perna, o atacante chega à Copa do Mundo com bagagem suficiente para suportar a complexidade da competição.

Richarlison marcando o segundo gol da vitória contra a Sérvia – Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Os anos de Inglaterra fizeram com que o Pombo criasse casca e amadurecesse dentro de campo. Fora dele, se tornou o caso do jogador que é “mais que um atleta”, à la LeBron James. Nos últimos anos, ele se tornou referência em ações beneficentes, vide durante a pandemia de Covid-19, quando se tornou embaixador da USP (Universidade de São Paulo), doou dez cilindros de oxigênio para Manaus durante a crise da gestão da doença, além do incentivo à vacinação.

Em 39 jogos com a Amarelinha, são 19 gols e sete assistências. De fato, a camisa 9 da Seleção Brasileira está muito bem representada por Richarlison. Que os gols da estreia contra a Sérvia tenham sido os primeiros de muitos. Voa, Pombo!

Lucas Ardito é jornalista em formação e tem no esporte seu principal entretenimento, apesar das decepções com São Paulo, Rio Branco e Los Angeles Lakers.

Redação

Jornalistas do LIBERAL escrevem sobre a Copa do Mundo do Catar, com direito a curiosidades, opinião, informação e muita expectativa pelo título da nossa seleção