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Carreira & RH

Sua carreira tem mais sentido na vulnerabilidade

Por várias décadas as emoções foram negadas e até banidas do ambiente corporativo

Por Marcos Tonin

13 de agosto de 2023, às 12h27 • Última atualização em 13 de agosto de 2023, às 12h28

Por várias décadas as emoções foram negadas e até banidas do ambiente corporativo como sendo maléficas à carreira de um profissional. Até meados dos anos 80 os “altos executivos” das companhias, tratavam o tema das emoções com descrédito e até ridicularizando as situações dos que tinham a coragem de expressar sentimentos no âmbito profissional.

O discurso de que emoções podem atrapalhar decisões, análises e até os resultados se perpetua até hoje, mas agora mascarado com outra roupagem.

Hoje não falamos sobre como respeitar nossas emoções, mas como controlá-las através da inteligência emocional, comunicação não violenta, mindfulness, terapia e, se precisar, por que não o uso de remedinho pra ansiedade? O que importa é conseguir treinar o colaborador para que ele seja uma pedra de gelo e consiga se dedicar apenas ao trabalho no horário comercial. Certo? Não, muito errado.

É impressionante como o mundo corporativo, em sua maioria, acredita que o sentimento de vulnerabilidade é algo depreciativo, como uma crise de choro é sinal de fraqueza, como uma preocupação é encarada como imaturidade e como uma mãe preocupada com a febre de um filho que está em casa é visto como falta de foco ou despreparo para uma promoção.

O luto, a falta, o medo, a insegurança e até a raiva são partes de um sistema de representação, sensação e respostas às nossas experiências, ou seja, fundamentais e inerentes à nossa vontade, pela lógica: “uma maneira de ser que é intrínseca ao Ser”.

Seja numa situação de primeira liderança, um cargo novo, uma mudança de chefe, uma perda na família, uma doença, uma alegria, excitação, não importa, a grande maioria das mudanças de contexto nos despertarão emoções e sim, elas ainda fazem parte das nossas vidas.

Se você quer realmente ter uma carreira de êxito, deve entender que você deve tratar suas emoções como parte do sistema de representação e percepção diante de um contexto. Obviamente não estou dizendo que devemos nos deixar levar pela agonia ou alegrias sem fim, mas que é preciso acolher, refletir e agir (nesta ordem) para que suas experiências sejam mais ricas e empáticas.

Sim, estou dizendo a você que tem medo, que não dorme a noite por preocupação, que chora por uma conquista, que se desespera por uma demissão, que se exalta em alguns momentos, sim, você é NORMAL, HUMANO e deve ser respeitado.

Sentir é estar vivo, é estar presente, é se importar de fato com aquilo que está sendo feito. Qual foi a última vez que você se emocionou com algo em seu trabalho e teve que “segurar” para não demonstrar isso na frente dos colegas?

Quem nunca se segurou para não desabar no trabalho, para não ser taxado de algo deletério?

Isso é realmente necessário? Qual ser humano mentalmente saudável é composto apenas de razão?

Experimente ter contato com suas emoções e observe como sua carreira se enriquece à cada experiência. 

Marcos Tonin
Executivo de RH e Coach C-Level
tonin.marcos@gmail.com

Marcos Tonin

Marcos Tonin, especialista na área de gestão e liderança, fala sobre mercado de trabalho em textos quinzenais