O Expo América, em Nova Odessa, quem diria, recebeu pela segunda vez o astro Roberto Carlos, um dos maiores ídolos da América Latina, e imbatível vendedor de discos e CDs há seis décadas.

Previsível, até mesmo em certas falas, o show parece repetitivo. E é. Mas uma reapresentação admirada, com músicas bem executadas e um excelente acompanhamento do RC9 e vocal.

Roberto caminha devagar, bem magro, à beira dos 83. Mas sua voz e extensão vocal estão mantidos para deleite dos fãs, a maioria cinquentões e principalmente cinquentonas, algumas emocionadas.

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Impressionante a reação da plateia. Muitos cantando, comprando e usando adereços, o livro biográfico, camisetas e canecas. E tirando fotos, muitas fotos. A luz de celulares competia no nível das cadeiras (de plástico) com o belo show de luzes da produção.

Mesmo com pouca novidade, o show de RC é atração. Suas músicas embalaram grandes momentos da população madura de hoje, e trazem indeléveis recordações. Do amor conquistado, ou desfeito, do passeio inesquecível, daquele programa de rádio, de um aniversário, do casamento, da preferida do pai, mãe ou avós que já se foram.

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Trafegando pelo romântico sem medo de ser feliz, e mesmo beirando à pieguice em alguns momentos, Roberto Carlos conseguiu atravessar diversos períodos da nossa geração com sucesso incomum.

Do “Calhambeque bi-bi” dos tempos da Jovem Guarda até “Eu ofereço flores”, última composição, suas melodias trazem letras simples e diretas que nos conectam ao amor de mãe “Lady Laura”, à fidelização do “amigo de fé meu irmão camarada”, da sexualidade maliciosa em “Cavalgada”, às orações com Nossa Senhora e Jesus Cristo, à poesia rasgada de “Como é grande o meu amor por você”, “Proposta”, “Detalhes”, “Emoções”, “Outra vez”, e tantas outras.

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Sim, quase três mil pessoas viram aquele show de sempre, mas sempre um show! Seria bom se mais gente pudesse participar. Muitos sonham e não conseguem.

Celso Gagliardo é profissional de recursos humanos