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Carreira & RH

Ser um bom profissional se estende ao que você é como pessoa

Já é passado o momento de rever os processos de recrutamento e seleção e adicionar uma pitada de “humanização” a esse processo

Por Marcos Tonin

30 de julho de 2023, às 08h23

Não é de hoje que a área de recursos humanos das companhias investe pesado em gestão de clima, desenvolvimento de competências, programas de coaching, mentoria e um arsenal de ações para poder motivar, engajar e capacitar seus colaboradores. Claro que além de aumentar a eficiência e desenvolver os soft skills, treinar quem está dentro de casa sai mais barato do que contratar. Uma pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) perguntou aos jovens entrantes no mercado de trabalho da geração Millenials o que pode tornar uma organização atraente para se trabalhar. Enquanto 52% assinalaram “Oportunidades de crescimento na carreira”, outros 35% responderam “Treinamento de excelência e Programas de desenvolvimento”.

Esses dados nos evidenciam que para essa população de trabalhadores os programas de treinamentos, bem como a oportunidade de crescimento na carreira, é o que podem fazer a diferença na hora de escolher onde trabalhar.

Mas e as companhias? O que querem realmente dos colaboradores? Por mais investimentos que se faça, por que muitas estão enfrentando atualmente uma realidade de altos índices de turnover? Onde será que estão errando?

De fato, existe um indicador que vou chamar de “fator humano individual” que permeia a ética, moral e personalidade do indivíduo, que treinamento algum conseguirá transformar. Esse fator é moldado na história de vida e educação que cada profissional carrega e esse conjunto de crenças e comportamentos transbordarão no ambiente corporativo de maneira positiva ou negativa.

Com a nova economia e os novos modelos de trabalho e carreira fica mais evidente que não precisamos de bons profissionais para trabalhar nas empresas, precisamos de boas pessoas, com valores, bases, virtudes e conceitos que se assemelham aos propósitos das companhias e ainda consigam traduzir tudo isso em produtividade. Já é passado o momento de rever os processos de recrutamento e seleção e adicionar uma pitada de “humanização” a esse processo para além do currículo e das entregas realizadas. É hora de começar a compreender melhor a história de vida dos profissionais que trabalharão em nossa empresa.

A grande verdade é que ainda estamos cheios de pessoas ruins, preguiçosas e pouco engajadas nas companhias participando de programas de treinamentos caros e dando pouco resultado ao mesmo tempo que temos negligenciado a máxima que ser um bom profissional se estende ao que você é como pessoa. 

Marcos Tonin
Executivo de RH e Coach C-Level
tonin.marcos@gmail.com

Marcos Tonin

Marcos Tonin, especialista na área de gestão e liderança, fala sobre mercado de trabalho em textos quinzenais