Especialmente no dia de hoje não quero falar dos imensos desafios e dificuldades, que os professores enfrentam. Nem tampouco da desvalorização e até mesmo do descaso, a que somos diariamente submetidos, por parte dos governos, dos pais de alunos e da sociedade. Vou, por hoje, silenciar o cansaço físico e mental, a ausência de redes de apoio, a baixa remuneração, o excesso de trabalho e somente dar vazão a tudo que vibra em minha alma.

Não consigo imaginar minha vida sem ser professora. Mesmo tendo deixado oficialmente as salas de aulas, elas nunca saíram de mim. Para suprir essa falta, tenho trilhado caminhos, que me devolveram os alunos e alunas, filhos e filhas do coração, fagulhas que, juntamente com minha família, mantêm acesa a chama de minha existência.

Fecho os olhos e vejo cada um(a) de nós feito vento que, suavemente, esculpe rochas, conduz rios aos seus destinos, espalha sementes transportadoras de ideias , de sonhos, de esperanças ,de. futuros.

Ser professor(a) é carregar nas mãos o poder de transformar a vida, sem pedir aplausos, sem esperar glórias. É ser a ponte entre o que somos e o que podemos ser, a bússola que, sem ditar o caminho, aponta a direção.É ser o tecelão, a tecelã das asas, que um dia levarão seus alunos a voarem mais alto, mesmo que ele(a) próprio(a) não veja esse voo.

Cada lição que ensina é como uma canção, que ecoa além do tempo, ressoando em vozes e corações que talvez nunca ouça. No sorriso que se abre ao fim de uma compreensão, no brilho de um olhar ,que vê o mundo de um novo jeito, ele encontra sua poesia silenciosa.

E assim, com passos invisíveis, segue, inspirando o mundo com o amor, que só quem ensina é capaz de conhecer.