Editorial
Retomada em xeque
Por Da Redação
08 de maio de 2020, às 08h17
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O governador João Doria (PSDB) deve anunciar nesta sexta-feira quais os municípios do Estado que poderão flexibilizar a quarentena decretada há quase dois meses para o enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19). O anúncio é visto com expectativa por todas as cidades paulistas, que sofrem os impactos principalmente econômicos do fechamento de lojas e serviços.
Segundo dados do governo estadual, já foram registrados até esta quinta-feira quase 40 mil casos em 371 cidades paulistas, o equivalente a seis em cada 10 municípios do Estado. O número de mortes chegou a 3,2 mil.
Em diversas localidades do Estado tem havido pressão para que a gestão paulista flexibilize a quarentena e permita a retomada de atividades econômicas que não são consideradas essenciais. A RPT (Região do Polo Têxtil) não vive um cenário muito diferente. Em Americana, em ao menos três ocasiões moradores foram às ruas para protestar pela reabertura do comércio.
Reportagens trazidas pelo LIBERAL nesta quinta-feira, entretanto, mostram um cenário pessimista para as expectativas de parte dos moradores de Americana. Na avaliação de especialistas, a cidade não deve integrar a primeira etapa do chamado Plano São Paulo, que irá organizar a reabertura dos municípios. A possibilidade de a cidade continuar “fechada” é vista como forte, inclusive, por um dos membros do Comitê de Contingência criado pelo Governo do Estado para nortear as ações de combate ao vírus.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, afirmou que o Estado tem categorizado as regiões paulistas em níveis – verde, amarelo e vermelho – de acordo com os riscos para a expansão do vírus. A Região Metropolitana de Campinas, da qual todas as cidades da RPT fazem parte, estaria justamente na categoria vermelha.
Os mesmos motivos que tornam Americana uma cidade pujante são justamente os que a colocam em risco. Com taxas de isolamento cada vez mais baixas, mas com uma vizinhança perigosa, é bastante provável que o discreto índice de infecções registradas até agora no município e a estrutura de saúde esvaziada não sejam suficientes para que a retomada ocorra tão em breve.
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