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Editorial

Resistência perigosa

Por Grupo Liberal

15 de abril de 2020, às 11h43 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h43

Parece surtir pouquíssimo efeito na população a imensa quantidade de informações, estudos, análises e recomendações que pintam um cenário preocupante sobre a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no País. E também na região, como o LIBERAL mostrou no fim de semana.

O monitoramento do governo estadual, baseado em dados de celulares, mostrou que na segunda-feira, após o feriado de Páscoa, a população voltou a furar o isolamento social recomendado pelas autoridades para conter a alta proliferação do vírus.

Em Americana, por exemplo, o percentual foi de 47%, o segundo menor desde o início da divulgação dos números, no dia 8 de abril, e bem abaixo dos 70% ideais. Ainda nesta segunda-feira, a população viu pelas ruas uma carreata que pedia a reabertura do comércio e até a saída do governador João Doria (PSDB).

Enquanto isso, o coronavírus continua a crescer. No Brasil, a terça-feira foi marcada pelo recorde de mortos em um único dia. Pela primeira vez, em 24h, o País contabilizou mais de 200 vítimas. Com isso, o número de óbitos ultrapassou os 1,5 mil casos.

Na RPT (Região do Polo Têxtil), são 23 casos confirmados nas cinco cidades. Há, porém, um grande risco de os municípios sofrerem com a subnotificação, seja de pacientes assintomáticos ou pessoas com sintomas leves, que não procuram a rede de saúde, mas podem facilmente transmitir o vírus a outras.

Tal aspecto faz o governo estadual, por exemplo, estimar que o número de contaminados no Estado chegue a 100 mil, bem acima do registro oficial, de 8,8 mil positivos até então. Para piorar, é preciso levar em conta que a contabilidade reflete tal como um retrovisor, ou seja, apenas o que passou. Isso porque ela é influenciada pelo tempo da manifestação de sintomas, da procura por atendimento médico e dos resultados de exames e notificações.

Aumentar este percentual de isolamento é necessário para que o que virá adiante não seja uma surpresa desagradável. Ou melhor: para que um cenário ainda pior não seja resumido pela expressão “nós avisamos”. Mais uma vez, o recado precisa ser dito: não menospreze as estatísticas. Fique em casa e evite se contaminar e transmitir este novo vírus.

O Liberal

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