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Pelas Páginas da Literatura

Resenha: “Persuasão”, de Jane Austen

Obra da escritora inglesa está sendo adaptada pela Netflix, com estreia do longa prevista para 15 de julho

Por Marina Zanaki

11 de junho de 2022, às 10h17

Uma história de amor que toca em temas como amadurecimento, constância e a passagem do tempo. “Persuasão”, da inglesa Jane Austen, está sendo adaptada pela Netflix. O filme será estrelado por Dakota Johnson e estreia em 15 de julho na plataforma. Ainda dá tempo de ler (ou reler) o livro para se preparar para assistir o longa-metragem. Além disso, é uma ótima dica de leitura para esse Dia dos Namorados.

Na obra, Anne Elliot reencontra o ex-noivo Frederick Wentworth oito anos após o rompimento do compromisso. Na época do relacionamento, Anne foi persuadida por uma amiga que era uma união imprudente e se afastou. Mas o retorno de Wentworth vai mexer com sentimentos adormecidos. Anne vai precisar contar com o amadurecimento que os anos proporcionaram para interagir com o ex-noivo, já que ele frequenta o mesmo grupo de amigos que ela.

A história se passa na Inglaterra do século XIX, mas nem por isso deixa de conversar com os leitores contemporâneos. Anne não se arrepende de sua decisão, mas encara Wentworth como o grande “e se” de sua juventude. Ele foi o caminho não tomado, a possibilidade que ficou para trás, e as dúvidas decorrentes disso são as mesmas que as pessoas hoje podem sentir ao reencontrar alguém do passado.

Essa é uma das grandes qualidades da autora: falar sobre sentimentos e relacionamentos de forma universal. Última história de Jane Austen, “Persuasão” foi escrita em um momento diferente de sucessos como “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”. Trata-se de uma obra menos engraçada e mais madura, quase melancólica em alguns aspectos.

Além disso, a autora faz um retrato preciso da sociedade inglesa do século XIX, com seu olhar único na literatura. Jane Austen mostra a situação vulnerável das mulheres, que não tinham direito a possuir propriedades, e as relações sociais baseadas em interesses financeiros.

Pessoalmente, é minha obra preferida da escritora. Foi um prazer reler para esperar pelo filme e me trouxe o conforto que só as palavras de Jane Austen conseguem transmitir.

Marina Zanaki

Repórter do LIBERAL, a jornalista Marina Zanaki é aficionada pela literatura e discutirá, neste blog, temas relacionados ao universo literário.