No trabalho de apuração feito pelo LIBERAL para descobrir e contar aos leitores e eleitores quem eram os candidatos a vereador de Americana, uma das perguntas que constava do roteiro era justamente o local de moradia dos concorrentes. Durante os 15 dias de entrevistas, numa inédita e insistente busca por informação, foi possível encontrar o “endereço” de 466 dos 492 candidatos que devem estar nas urnas.

O mapeamento concluiu que, dentre os dados coletados, a Praia Azul é o bairro mais citado como endereço de moradia dos postulantes à câmara. Outros territórios populosos de Americana também não ficam atrás: Parque das Nações, Zanaga, Jardim da Paz, Parque Novo Mundo, Cidade Jardim e Morada do Sol.

A eleição de um candidato a vereador de um determinado bairro, onde vive ou tem atuação corriqueira, não o coloca, no plenário, como um representante único e exclusivo de certa localidade. Um vereador, escolhido por votos do eleitorado de todo o município, deve se preocupar em ter olhos para a cidade toda, legislando e fiscalizando o trabalho do governo local.

A proximidade de parlamentares eleitos com certos bairros, porém, pode vir a ser benéfica em regiões onde há uma carência notável de serviços públicos. Tendo um representante que conheça de perto a realidade de certa área, a interlocução com o poder público tende a ser mais direta.

Mas não se engane o eleitor com as pretensões bairristas dos candidatos. A escolha dos que vão representar a comunidade nos próximos quatro anos em um espaço de debate e decisão tão essencial quanto a câmara deve ir além da proximidade e dos problemas que pareçam de interesse mais particular do que da sociedade. É preciso buscar conhecer as opções de maneira geral e ter em mente que a representatividade não basta ser para um ou para outro. É preciso ser para todos.