Cotidiano & Existência
Quaresma
Por Gisela Breno
14 de fevereiro de 2024, às 14h28
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No silêncio dos corações, na penumbra das nossas almas, emerge a tradição ancestral do jejum na Quaresma. É um eco dos tempos antigos, um chamado para a renúncia e para a oração.O jejum na Quaresma não é a negação do alimento terreno. Nas entranhas da abstinência, ele deve tocar a essência da nossa humanidade, e nos levar à comunhão com os irmãos e irmãs, principalmente com os que se encontram jogados nas sarjetas dos descasos e da invisibilidade.
Orar, jejuar é um caminho de uma jornada interior, um mergulho nas águas profundas da nossa essência, onde as nossas imperfeições os nossos preconceitos e intolerâncias ,nossa falta de caridade, se desnudam diante da Divindade e, numa metamorfose resplandecente, pode nos levar ao processo de sermos, de fato e em ações, Sua imagem e semelhança
Que a Quaresma seja mais do que uma tradição, mais do que um dever religioso. Que nela possamos encontrar a fome, que sacia, a sede que sacraliza, o vazio que plenifica
E que, ao final desses quarenta dias, possamos emergir renovados, fortalecidos, para celebrarmos a ressurreição de Jesus e também a do nosso corpo e a de nossa alma.
Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.