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Cotidiano & Existência

Quando o amor não é prioridade

Por Gisela Breno

14 de julho de 2020, às 08h17 • Última atualização em 14 de julho de 2020, às 09h30

A vida é um sopro para não se viver um grande amor.

Em nome de motivos rasos, porque o amor é profundo, tantos desistem de vivê-lo, impotentes se tornam, colocando na linha de frente de sua vida miseráveis justificativas que os impedem de se lançarem na experiência rica, valiosa, fundamental para nossa essência.

Porque a pessoa amada era pobre, não possuía a Sua cultura, não provinha de família renomada, era péssima na concordância verbal, ganhava ou tinha um trabalho menos importante que o Seu, não correspondia às expectativas da família, porque vocês formavam um casal fora do padrão.. e o que os outros iriam pensar.

Sartre diz que “ o inferno são os outros”. Me perdoem , mas imagino que aqueles que sepultaram o desejo de viver o amor de suas vidas, devem ser frequentemente invadidos pela dúvida, pelo “e se” ? . Se não vivem num inferno, enterraram a chance de tocar as delícias do paraíso ainda na existência terrena.

Não que a jornada do amor seja alcançar a terra onde escorre o mel, mas quando o amor da sua vida não é prioridade você andará pelos campos floridos sem muitas vezes perceber o arco-íris que deles irradia; constatará que de nada adianta colocar seus pés em pisos de mármore pois eles não receberam cimentos do amor; ganhará beijos ardentes mas seus lábios se lembrarão daqueles que realmente selaram eternas e doces promessas; carregará um sobrenome pomposo, mas seus em seus ouvidos sempre ecoará o nome da pessoa amada; seus pais e os outros a quem você entregou seus mais nobres desejos estarão satisfeitos com sua escolha, mas seu corpo, sua mente e sua alma feitos viajantes errantes estarão longe, muito longe do oásis que dá sentido a nossa árida e breve existência.

Gisela Breno

Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.