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Histórias do Coração

Para 2022, amor

Para além das impossibilidades do futuro, se vocês que me leem pudessem ter um amor todo novo, como ele seria?

Por Carla Moro

02 de janeiro de 2022, às 08h29 • Última atualização em 02 de janeiro de 2022, às 08h32

Estou há alguns dias pensando no que gostaria de dizer nesta primeira coluna do ano. Meu primeiro pensamento foi: desejarei para o ano novo um amor novo. Era o caminho mais fácil. Fazer planos, inclusive, é a parte mais simples quando pensamos no futuro; difícil mesmo é concretizá-los.

Quantos de vocês já não fizeram listas de resoluções que morreram dentro das gavetas? Ainda que eu pudesse desejar um amor todo novo, quais as garantias de que esse amor pudesse mesmo chegar? Ou que, chegando, ele não fosse embora antes que o ano terminasse novamente? Para o futuro, não há garantias – é um clichê que já conhecemos.

Para além das impossibilidades do futuro, se vocês que me leem pudessem ter um amor todo novo, como ele seria? Pensando nos casais que conhecemos em 2021, acho que um amor todo novo seria, sobretudo, companheiro; engraçado também, daqueles que fariam a gente rir até a barriga doer.

Um amor novo chegaria sem avisar, em um dia em que nem queríamos sair de casa. Ou melhor, viria de braços dados com nosso melhor amigo: “acho que vocês têm tudo a ver um com o outro”. Um amor todo novo poderia ser também esse amigo, ou amiga, em quem, finalmente, conseguíssemos enxergar algo além da amizade.

O amor novo para o ano novo que eu poderia desejar a vocês seria desses em que se pode confiar e fazer planos para o fim de semana e para a vida inteira. Um amor que chega e que fica, que traz um doce para os dias difíceis e um abraço para as alegrias e, também, para as tristezas. 2022 mereceria um amor novo todo grande e presente e cheio de saúde para durar muito, caso fosse um amor novo que eu desejasse a vocês neste ano novo. Mas não é isso, eu avisei logo no começo da coluna.

Não desejo um amor novo para o ano novo porque, mais uma vez, isso seria fácil demais. E a vida não quer da gente o que é fácil, a vida quer da gente é coragem. E não sou eu que digo isso, é o Guimarães Rosa.

Então, para este ano novo, o que eu desejo a vocês é coragem. Quando o amor chegar, e ele vai chegar, eu desejo apenas coragem. Um amor todo novo precisa de coragem para poder começar. E, depois de começar, para poder vê-lo. De que adianta o amor estampado em um outdoor na porta de casa, se a gente atravessa o portão de cabeça baixa? Para 2022, amor – como no título da coluna, mas também coragem. Coragem para abandonar aquilo que não cabe mais e viver o que é novo, mas dá medo. Amor para conhecer o medo como a emoção de quem enfrenta e não de quem se esconde. Para 2022, coragem para não se esconder. Deixa que o amor chegue.

Eu quero desejar a vocês que me leem a coragem para ver as coisas como elas são: nem mais, nem menos. E, se não for amor, que vocês possam ter a coragem de seguir em frente num caminho verdadeiro com vocês e com os outros, ainda que solitário. Desejo, para 2022, que o amor seja plano concretizado. E que, cada um de vocês que me leem, encontrem amor no que vivem, todos os dias, de novo e de novo, num ano que é todo novo. Ainda bem.

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com