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Naty Camoleze

Palmas para Wagner Moura

Por Naty Camoleze

23 de abril de 2024, às 17h04 • Última atualização em 23 de abril de 2024, às 17h08

Tem alguém que não pense que Wagner Moura é um fenômeno? A Globo está reprisando Paraíso Tropical, de 2007, e foi ali que vimos Wagner como o canastrão Olavo e uma dupla incrível com Bebel (Camila Pitanga), que sempre estão no trending topics do X (ex-Twitter).

O vilão Olavo marcou a carreira do ator, mas também foi seu último papel em novelas, há 17 anos. Desde então, em várias entrevistas, Wagner Moura afastou a possibilidade de voltar às novelas. À revista Rolling Stones, em 2013, ele pontuou: “Adorei fazer as duas novelas que fiz. Só trabalhei com gente boa e talentosa e aprendi muito, mas fazer de novo não está nos meus planos”. O que é triste para nós, mas por outro lado temos Wagner brilhando, cada vez mais, em filmes e séries e fora dos holofotes.

Por exemplo, eu, que sou a pessoa que sempre vai atrás da história das celebridades, não tinha ideia de que ele era casado e tem três filhos, porque ele opta por ter uma vida mais reservada e longe das redes sociais.

Wagner é um ator, diretor, roteirista, produtor e músico brasileiro. Começou fazendo teatro em Salvador, onde trabalhou com diretores como Fernando Guerreiro e Celso Júnior, e logo teve algumas participações em filmes.

Wagner Moura estrela Guerra Civil ao lado de Kirsten Dunst – Foto: Diamond Films/Divulgação

Nesta época da adolescência, conheceu Vladimir Brichta, com quem trabalhou em inúmeras peças, e Lazaro Ramos, que contou que Wagner era uma figura “esquisita” e que os dois ficaram amigos após Wagner Moura visitar seu camarim após uma apresentação e pedir para fazer parte do grupo.

Na semana passada, durante o podcast “Podpah”, Wagner Moura falou sobre o assunto. “Até hoje eu não entendo como aconteceu isso. É uma coisa meio espiritual”, começou o ator. “Eu fui ver uma peça do bando [de teatro que faziam parte], eu tinha 17, 18 anos, ele [Lázaro] tinha 16. [Na peça], ele não falava, ele era tipo um figurante. Eu lembro que ele dançava e eu não conseguia para de olhar pra ele“, contou Wagner.

“Não tem explicação. Eu só olhava ele, tinha alguma coisa diferente nele. Quando acabou a peça, eu saí andando pelo teatro — não me pergunte como, eu não pensei —, alguma coisa me fez sair caminhando até o camarim, para procurar esse cara”, continuou.

Sem nunca ter visto Lázaro Ramos antes em sua vida, Wagner Moura decidiu que gostaria de criar uma nova amizade. “Olhei para ele e disse: ‘Eu quero ser seu amigo’ e ele me disse: ‘então, vamos ser amigos’”.

Por sua vez, em uma entrevista antiga para o mesmo podcast, Lázaro Ramos também relatou a sua versão do ocorrido.

“Ele era um cara esquisitíssimo. O apelido dele era óvni, ele andava com um cabelão na frente da cabeça, cobrindo o rosto, roupa preta. Ele andava no teatro todo esquisito”, relembrou Lázaro, que ainda admitiu: “Eu tinha um pouco de medo dele”.

“Até que eu estreei o espetáculo e ele foi assistir. Ele foi no camarim e falou ‘você é muito bom ator, quero ser seu amigo’”, contou o ator, brincando ter ficado amigo de Wagner por medo. “Falei, vamos, claro!”.

Lázaro relatou também que o amigo foi grande incentivador de sua carreira e o convenceu a participar das temporadas da peça “A Máquina” fora da Bahia, quando estava relutante em sair do estado. O ator acabou indo e chegando no Rio de Janeiro para as apresentações, fez testes para oito filmes e passou em todos, o que deu início a sua carreira no cinema. E está aí, uma amizade que rendeu frutos e muito talento, porque esse trio Wagner, Lázaro e Vladimir surpreende em todas as produções.

Em 2003, Wagner Moura estrelou “Deus é Brasileiro” e “O Caminho das Nuvens“, além de ter tido papel de destaque em “Carandiru“, o que levou a destaque no cinema brasileiro. Seguiu em longas-metragens nacionais, mas o que ganhou maior destaque e comentários foram Tropa de Elite 1 e 2, com o Capitão Nascimento, recorde de bilheteria.

Foi em 2013 que veio a sua carreira internacional, integrando o elenco do filme de ficção científica estadunidense “Elysium“, contracenando com Matt Damon e Jodie Foster. Em 2015, passou a estrelar na série “Narcos“, interpretando o narcotraficante Pablo Escobar, papel pelo qual foi indicado a diversos prêmios, incluindo o Globo de Ouro – as três temporadas estão na Netflix. Em 2021, passou a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, passando assim a ter direito a voto no Oscar.

Com carreira internacional consolidada, é parte do movimento que busca representatividade positiva para latinos em Hollywood e fuga dos estereótipos, e assim trabalha como ator e produtor fora do Brasil, em inúmeras produções.

Seu nome foi destaque nos últimos dias com a chegada aos cinemas de “Guerra Civil”, a primeira grande produção de Hollywood a colocar o brasileiro como um de seus protagonistas, filme de ação com o maior orçamento da A24 até hoje —US$ 50 milhões, cerca de R$ 262 milhões.

Na produção, o ator interpreta Joel, um jornalista de guerra que cruza os Estados Unidos para tentar uma entrevista com o presidente do país. Dirigido por Alex Garland, “Guerra Civil” conta também com Kirsten Dunst (“Melancolia“) e Cailee Spaeny (“Priscilla“) como protagonistas.

Ambientado em um mundo distópico, onde os Estados Unidos vivem uma guerra civil, Kirsten Dunst e Wagner Moura interpretam dois jornalistas da agência de notícias Reuters.

Em meio ao conflito terrestre, que é mostrado pelo diretor Alex Garland (“Ex_Machina: Instinto Artificial” e “Aniquilação”) como um perigo constante, os protagonistas embarcam em uma jornada para chegar a Washington D.C., com o intuito de conseguir um furo de reportagem com o oresidente – antes que a oposição chegue à capital e o derrube do poder.

Outros dois personagens se juntam aos protagonistas nessa jornada: Sammy (Stephen Henderson), jornalista do The New York Times e amigo de longa data da dupla, e a jovem Jesse (Cailee Spaeny), que aspira ser uma fotojornalista de guerra. Eles fazem a viagem de carro e, ao longo do caminho, veem os horrores da guerra, chegando a ser reféns dela. A direção busca dar ênfase na violência destacando os registros feitos pelas fotojornalistas.

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Naty Camoleze

Jornalista, comunicadora e apaixonada pelo universo de filmes e séries, sempre busca algo escondidinho nos streamings para indicar