Economia no dia a dia
O que é mais importante?
Por Marcos Dias
28 de abril de 2020, às 13h50
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/o-que-e-mais-importante/
As pessoas de forma geral ocupam uma parte do seu dia pensando sobre a quantidade e números: a quantidade de dinheiro disponível no bolso ou na conta corrente, quanto tempo do dia se tem disponível para uma atividade, quanto custa um produto, e mais recentemente, quanto resta para acabar a carga da bateria do celular.
Em uma economia como a nossa, baseada no lucro, no acúmulo de bens e na busca pela satisfação máxima (capitalismo), as informações e dados são importantes para saber que ações as pessoas, empresas e governos devem adotar para o sucesso. As informações são importantes para as decisões do dia a dia, e podem trazer resultados imediatos, como um melhor emprego, um bom lucro para as empresas, mais bens pessoas, etc.
O problema é que a sociedade valoriza em excesso aquilo que é quantificável. Muitas vezes ela esquece que existem dois tipos de trocas: as mercantis e as sociais. A primeira é a troca de coisas que possam satisfazer as pessoas de forma imediata, e são baseados em cálculos numéricos de salários, lucros, pagamentos e preços, como a compra de um carro novo, aumento de salário, venda de um produto com um lucro máximo possível, por exemplo. Já a segunda é a troca que não pressupõe retorno imediato ou satisfação pessoal ou de uma necessidade imediata.
Atualmente as pessoas, empresas e governo estão presos a uma visão estreita do dia a dia como uma batalha para a busca da satisfação máxima. O objetivo é alcançar o domínio e afirmar o status sobre os que estão ao redor. A sociedade valoriza (e paga melhor) profissionais que trazem resultados imediatos, como diretores de grandes empresas e bancos que proporcionam grandes lucros, mas pouco valoriza profissionais que trazem resultados num tempo maior, como educadores, cientistas, profissionais da saúde, cuidadores de pessoas, artistas em geral, profissionais de limpeza e conservação, trabalhadores domésticos, agricultores.
Somente em momentos de crise como o atual é que a sociedade passa a valorizar as trocas sociais.
Conteúdo desenvolvido pelo economista e professor de economia da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Americana, Marcos Dias.