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O passarinho que virou o elefante na sala

Afinal, por que Elon Musk gastou tanto dinheiro para comprar o Twitter?

Por João Brunelli

29 de novembro de 2022, às 12h06

A não ser que você tenha passado os últimos meses em Marte (ops), deve ter visto em algum lugar que o multibilionário Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro.

Normalmente essa notícia não seria grande coisa se não fossem por dois detalhes. Primeiro, o valor inexplicavelmente inflacionado do negócio. E, segundo, por que um dos homens mais ricos do mundo gastou boa parte de sua fortuna num site desses?

De acordo com um relatório divulgado pela Hoosuite, o Twitter é “apenas” a décima rede social mais usada do mundo. Além de atrás dos paquidérmicos Facebook e YouTube, também perde até para serviços como Snapchat, Pinterest e LinkedIn.

Por outro lado, ele se consolidou como uma plataforma de notícias em tempo real, usada por políticos, artistas e veículos de comunicação. Seu caráter imediatista e a base de usuários ativa faz com que costume pautar os assuntos das outras redes, TVs e jornais com alguma frequência. As eleições – do Brasil em 2022 e a dos EUA em 2020 – que o digam.

Só que, até o momento, as ideias de Musk trouxeram mais problemas do que soluções. Em nome da “liberdade”, ele basicamente acabou com qualquer moderação no site, o que resultou numa enxurrada de mensagens racistas e antissemitas que estão no ar até agora.

Outra ideia que saiu pela culatra foi a de cobrar uma mensalidade para que qualquer um tivesse seu perfil verificado – o que era um privilégio gratuito que atestava a legitimidade de usuários importantes. Em poucas horas a plataforma foi invadida por trolls que, ostentando o tal selo, se passaram por celebridades, empresas e políticos, derrubando algumas ações e criando crises no processo.

Toda essa publicidade ao contrário foi acompanhada de notícias sobre fuga de anunciantes e demissões em massa, que levantaram dúvidas sobre o futuro do Twitter. E, sobre ele, melhor parar por aqui, porque tentar imaginar o que vai acontecer num cenário desses é pura especulação.

Por ora, o vencedor dessa história é um serviço indiano chamado Koo (pois é), que recebeu milhões de novos usuários brasileiros na última semana.

Uma última coisa: Em 2013 Jeff Bezos – este sim, o homem mais rico do mundo – comprou o Wall Street Journal por US$ 250 milhões, tirados de seu bolso. Ainda que seja 176 vezes menos do que Musk pagou pelo Twitter, mostra como os ricaços estão dispostos a ter algum controle sobre o que as pessoas dizem, falam e leem.

Fabio Fonçati e João Brunelli

Assinada pelos publicitários Fabio Fonçati e João Brunelli, a coluna fala sobre as transformações da tecnologia e do comportamento humano