Saúde em Pauta
O dom da imunidade
O sistema imunológico é um vigilante incansável: não descansa, não dorme, não titubeia; entenda
Por Paulo Renato Monteiro da Silva
06 de agosto de 2023, às 08h16 • Última atualização em 06 de agosto de 2023, às 09h53
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/o-dom-da-imunidade/
Nosso corpo enfrenta várias batalhas todos os dias, utilizando várias maneiras para se defender, dependendo do tipo de cada agressor. Atua de formas diferentes conforme o tipo dos invasores, lutando de forma diferente e assim aniquilando bactérias, vírus, fungos, toxinas etc.
Um exemplo da atuação do sistema imune: ao sermos picados por um pernilongo, ele injeta várias substâncias químicas (toxinas) na nossa pele, com o objetivo de facilitar a sucção do nosso sangue, e só notamos pela coceira provocada, pela elevação e vermelhidão no local da picada. É um incomodo, mas, ao mesmo tempo, é um sinal importante de que nosso sistema imunológico está atento e sadio.
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Esse sistema imunológico é composto por uma enorme rede de células, tecidos e órgãos que coordenam as defesas do nosso corpo contra diversas ameaças a nossa saúde. Sem ele, nossa vida estaria sempre em risco, afinal estamos expostos a uma infinidade de micróbios e toxinas todos os dias e que poderiam tornar fatal uma coisa tão banal como um corte pequeno, um arranhão ou um quadro gripal.
O sistema imunológico baseia-se em milhões de glóbulos brancos defensivos, conhecidos por leucócitos e que são produzidos na medula óssea (tutano dos ossos). Estas células migram para a corrente sanguínea e para o sistema linfático e, à medida que circulam, esses leucócitos funcionam como uma patrulha, procurando permanentemente elementos suspeitos, que possam ser agressores.
Este sistema analisa sinais e pistas que possam denunciar a presença de algum micróbio e tão logo os leucócitos percebam algo de errado, o sistema imunitário começa agir e em pouco tempo já terá resolvido o problema, às vezes em minutos.
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Como existem diversas ameaças ao nosso corpo, temos também diferentes tipos de leucócitos que são especializados conforme o agressor, e utilizam munições diferentes (os anticorpos) de acordo com cada situação. Podemos fazer um paralelo: os leucócitos seriam os soldados patrulhando e vigiando o ambiente e os anticorpos seriam as munições utilizadas que são específicas conforme o momento exija.
Embora os leucócitos sejam muito diferentes, podemos classificá-los em dois tipos: os fagócitos, que desencadeiam a reação imunológica, destruindo quaisquer células estranhas que encontram. E ao identificar o inimigo transmitem esta informação para um segundo tipo: os linfócitos, que orquestrarão a defesa mais fina, visto que têm uma boa memória e se lembram dos agressores sabendo que tipo de arma é mais eficiente para cada situação, atuando através dos anticorpos para minar o inimigo e matá-lo. Num próximo contato já saberá como deverá atuar e reagirá mais rapidamente ainda, permitindo que uma ameaça seja erradicada em minutos, horas ou poucos dias.
O sistema imunológico é um vigilante incansável, não descansa, não dorme, não titubeia, com o único objetivo de impedir uma ameaça nos coloque em risco, protegendo-nos de muitas e muitas infecções durante toda nossa vida.
A imunidade é um dom que recebemos. Seu lema é: tolerância zero para com os agressores.
O médico Paulo Renato Monteiro da Silva, especialista em alergologia e imunologia, fala sobre temas da saúde em alta e sobre como manter hábitos saudáveis