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Carreira & RH

O avanço da ‘inteligência depressiva’ e as consequências

A constante evolução da tecnologia, digitalização e inteligência artificial tem nos impactado drasticamente nesta última década

Por Marcos Tonin

18 de junho de 2023, às 15h19

A constante evolução da tecnologia, digitalização e inteligência artificial tem nos impactado drasticamente nesta última década, principalmente no pós-pandemia, período no qual a digitalização ganhou foco como ferramenta de trabalho no home-office.

O que não podemos negar é que hoje realmente muitas atividades que antes eram um desafio para várias pessoas, como ir ao mercado, monitorar e acompanhar pais idosos à distância, telemedicina e o trabalho sem fronteiras foram resolvidos pela tecnologia, aplicativos e redes de relacionamento.

Mas, atrás de toda essa facilidade que o mundo digital apresenta estão os crescentes números de depressão, ansiedade, pânico, agressividade e isolamento que os usuários, principalmente os mais jovens, têm apresentado ao utilizar a tecnologia de forma indiscriminada.

Segundo especialistas de psicologia, o uso excessivo de smartphones e computadores tem levado as pessoas à depressão, estresse e insônia, além de isolamento, uma vez que esses aparelhos oferecem uma saída passiva, na qual o usuário não precisa mais interagir com o mundo real e enfrentar os problemas.

Os dados de um estudo feito pela Hoopsuite, em parceria com a We Are Social, ilustram este cenário. De acordo com a pesquisa, os brasileiros passam, em média, nove horas e vinte e nove minutos por dia conectados à internet. Um índice que, ao ser delineado em dias, pasmem, aponta que o brasileiro passa 145 dias inteiros, por ano, totalmente conectado.

Não fosse só a tecnologia, os dados da Organização Mundial da Sáude (OMS) nos dizem que o Brasil é o país que lidera o ranking de depressão e ansiedade na América Latina com mais de 19 milhões de pessoas nestas condições.

A reflexão que faço é: até que ponto o uso de todo esse arsenal de equipamentos e ferramentas tecnológicas têm nos auxiliado na evolução intelectual e comportamental?

Vemos jovens não querendo trabalhar, profissionais atendendo mal seus clientes e se integrando cada vez menos às empresas. O engajamento na carreira já não é o mesmo, as relações sociais cada vez mais comprometidas, filhos e pais que não conversam em casa e ao mesmo tempo imploram por “likes” em redes sociais.

Como podemos equilibrar o uso das tecnologias e ao mesmo tempo nossas relações pessoais, emocionais e sociais?

Será que o “fim do mundo” que muitos dizem será o fim do mundo real para vivermos tristes e depressivos num mundo virtual de mentiras e fotos felizes em redes sociais? 

Marcos Tonin

Marcos Tonin, especialista na área de gestão e liderança, fala sobre mercado de trabalho em textos quinzenais