Em reportagem de duas páginas na edição deste domingo, o LIBERAL traz o relato de profissionais de saúde na convivência com o novo coronavírus (Covid-19). Nas palavras de médicos e outros trabalhadores de hospitais e unidades da região, as coincidências são diversas.

Entre eles há, acima de tudo, o temor de serem mais uma vítima da Covid-19. Um dos médicos ouvidos revela, por exemplo, pensar diariamente em quão grave possa ser a ação do vírus caso seja contaminado, já que o contato parece ser iminente e frequente na rotina destes profissionais.

Há a preocupação ainda com a família, não apenas dos próprios trabalhadores, mas também dos infectados, dos pacientes que vão para as UTIs e ficam isolados do contato com parentes.

Destaca-se, porém, entre todos eles o apelo que fazem para que a população se conscientize do momento que atravessamos.

Na última sexta-feira, o governo do Estado anunciou a volta da região de Campinas para a fase mais restritiva da quarentena. O motivo principal foi a ocupação dos leitos pelos doentes pelo vírus, que chegou a 80%. Isso ocorre em meio à flexibilização das restrições e de uma aparente retomada de uma rotina, por parte da população, que ainda está longe de ser normal.

Tal medida não é por acaso, nem a mobilização de grande parte da sociedade, leiga ou não. Como dizem os profissionais na reportagem desta edição, de pouco adianta todo o esforço que tem sido feito para amparar os já doentes se a própria comunidade não evitar que mais pessoas se contaminem e lotem os hospitais.

A partir desta segunda-feira, a orientação é de mais isolamento por aqui. E se necessário “furar” a quarentena, que o faça com a máxima cautela possível. O uso de máscara é primordial.

Não sairemos tão cedo desta crise se não houver compreensão de medidas que visam proteger a saúde não apenas de um ou de outro, mas de todos.