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Editorial

Não há cura mágica

Por Redação

11 de agosto de 2020, às 07h56

É a maior tragédia da história nacional. Mais de 100 mil mortes por uma mesma razão em um intervalo de cinco meses. A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) não tem data para ser dada como encerrada, mas não resta espaço para dúvida de que jamais será esquecida. Diante de tamanho dano às nações ao redor do mundo, haver espaço para acreditar que exista uma cura milagrosa disponível guardada como segredo, cujo acesso é negligenciado pelas autoridades, é navegar por um mar de inversão de valores, no mínimo.

No domingo, o LIBERAL trouxe reportagem sobre a movimentação em farmácias de Americana de clientes à procura de medicamentos ditos capazes de agirem contra a Covid-19, especialmente a ivermectina, um antiparasitório. Não recomendada em qualquer circunstância, a automedicação ganha corpo diante de um dos desafios mais complexos que a medicina moderna já enfrentou. Leigos e especialistas trocaram de lugar no enfrentamento de uma pandemia que não poupou populações de países de primeiro ao terceiro mundo.

A corrida por uma resposta que esteja nas entrelinhas, como se fosse uma pista escondida em um filme de suspense, não é uma ação producente contra a pandemia. Os meios são conhecidos desde o princípio da ameaça, mas não encontraram suporte naquele que ocupa o principal cargo do País.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mesclou desdém, silêncio e promoção de uma cura milagrosa – neste caso, não da ivermectina, mas sim da cloroquina e hidroxicloroquina. Sustentado por um apoio popular maciço, demonstrado pelas urnas em 2018, caberia a ele ser um porta-voz da excepcionalidade desses tempos, mas não o foi. Mais de 100 mil vidas se perderam no Brasil. Não há razão para jogar a toalha e esperar tal número dobrar.

O Liberal

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